
Nesta quinta-feira, 14 de março, completam-se sete anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. O crime segue sem respostas concretas sobre quem mandou matar a parlamentar. Para marcar a data, atos e protestos foram organizados no Rio de Janeiro e em outras cidades do país, reacendendo o clamor por justiça e a memória de sua luta por direitos humanos, igualdade racial e justiça social.
Marielle Franco, eleita em 2016 com mais de 46 mil votos, era uma voz ativa na defesa das populações marginalizadas, das mulheres, da comunidade LGBTQIA+ e dos moradores de favelas. Sua morte, em 14 de março de 2018, ocorreu em um ataque a tiros no centro do Rio, quando ela voltava de um evento sobre empoderamento de mulheres negras. O crime foi executado com precisão, levantando suspeitas de envolvimento de milícias e agentes do Estado.
Investigações e impunidade
Apesar do tempo decorrido, as investigações ainda não esclareceram quem ordenou o assassinato. Dois ex-policiais militares, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram presos e acusados de executar o crime. Lessa, apontado como o autor dos disparos, e Queiroz, como o motorista do carro usado no ataque, aguardam julgamento. No entanto, a identificação dos mandantes continua sendo o grande mistério do caso.
Em 2023, o Ministério Público Federal (MPF) assumiu as investigações, após a Polícia Civil do Rio de Janeiro não avançar significativamente no caso. A mudança trouxe esperança de que novas pistas possam surgir, mas a demora na apuração tem sido alvo de críticas por parte de familiares, ativistas e organizações de direitos humanos.
Protestos e homenagens
Neste ano, uma série de atividades foi organizada para lembrar Marielle e reforçar a demanda por justiça. No Rio de Janeiro, uma marcha partiu da Cinelândia, local simbólico da política carioca, em direção à Câmara Municipal. Familiares, amigos, ativistas e políticos participaram do ato, carregando cartazes com frases como “Marielle presente” e “Quem mandou matar Marielle?”.
Em outras cidades, como São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, também ocorreram manifestações. Além disso, eventos culturais, debates e exposições foram realizados para celebrar o legado da vereadora, que se tornou um símbolo global da luta contra a violência política e a opressão.
Legado e resistência
A morte de Marielle Franco não silenciou sua voz. Pelo contrário, transformou-a em um ícone da resistência. Sua trajetória inspira novas gerações de lideranças negras, mulheres e LGBTQIA+ a ocuparem espaços de poder e a lutarem por uma sociedade mais justa. Organizações e coletivos criados em sua homenagem continuam atuando em defesa dos direitos humanos e no combate à violência política.
Anielle Franco, irmã de Marielle e atual ministra da Igualdade Racial, destacou a importância de manter viva a memória da vereadora. “Marielle vive em cada um de nós que continua lutando por justiça e por um mundo mais igualitário. Não vamos descansar até que os mandantes sejam punidos”, afirmou em entrevista recente.
O que falta para justiça?
Apesar dos avanços nas investigações, especialistas apontam que a falta de transparência e a lentidão no processo reforçam a sensação de impunidade. Para muitos, o caso Marielle Franco é um teste para a capacidade do sistema judicial brasileiro de combater crimes políticos e proteger defensores de direitos humanos.
Enquanto a pergunta “Quem mandou matar Marielle Franco?” permanece sem resposta, sua luta e seu legado seguem inspirando milhões. Sete anos depois, a busca por justiça continua tão urgente quanto no dia em que ela foi silenciada.