
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região enviou uma carta ao presidente Lula, na quarta-feira (16), solicitando um encontro em caráter de urgência com o presidente para tratar sobre a postura da Embraer com os trabalhadores, que o sindicato classifica como sendo de “desrespeito sistemático”.
Na carta, o sindicato denuncia que a Embraer se recusa a assinar uma nova convenção coletiva de trabalho – não renovada desde 2018 –, além de condicionar a assinatura da convenção a retirada de direitos já conquistados pelos trabalhadores.
“É inadmissível que uma empresa com tamanha relevância nacional, beneficiária de recursos públicos e da imagem institucional do Brasil no exterior, trate seus trabalhadores e seus legítimos representantes sindicais como párias, privilegiando apenas o lucro de acionistas em detrimento do diálogo social. A negociação coletiva não é um favor, mas um direito fundamental, e a Embraer não pode permanecer acima da lei”, afirma um trecho da carta assinada pelo presidente da entidade, Weller Gonçalves.
Outro ponto abordado pelo sindicato é a insistência da empresa com o retorno total do trabalho presencial do setor administrativo, sem que haja negociação com os funcionários. Rejeitada por unanimidade pela categoria em assembleia, o fim do regime de home office proposto pela Embraer acabou sendo adiado.
Em outro trecho o documento sustenta que a postura da empresa “fere princípios fundamentais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Constituição Federal e compromissos assumidos pelo próprio Lula no início do mandato, quando defendeu o fortalecimento das liberdades sindicais”.