
Khalil volta a participar de manifestações contra o genocídio assim que é liberado e afirma sua determinação: “A luta está longe de terminar”
O ativista pró Palestina Mahmoud Khalil, de 30 anos, preso por três meses por se manifestar contra o genocídio em Gaza, foi solto finalmente, na noite de sexta-feira (20), por decisão do juiz distrital Michael Farbiarz, de Nova Jersey, que considerou que ele não representava risco de fuga ou ameaça à sua comunidade enquanto seu processo de imigração continuasse.
Estudante de pós-graduação na Universidade de Columbia e ativista pela causa palestina, Khalil prometeu continuar na luta contra o genocídio perpetrado por Israel. Mesmo em situação legal, com green card e casado com uma cidadã norte-americana, o governo Trump tentou deportá-lo, sequestrando-o para uma campo de concentração para imigrantes na Louisiana.
“A luta está longe de terminar”, disse Khalil em uma coletiva de imprensa no aeroporto de Newark no sábado. “Continuo a defender os palestinos, os imigrantes que foram deixados para trás naquela instalação.” Ele segurava flores que lhe foram dadas por apoiadores e gritou “Palestina livre” ao prosseguir seu discurso.
Khalil deixou claro que, após sua liberação, iria batalhar contra “os chefes de corporações na Universidade de Columbia, que estão atualmente tentando expulsar 15 estudantes e espalhar penas de suspensão contra dezenas de outros alunos, afetando seu futuro, sua graduação e trabalho, só porque não têm medo de se posicionarem pela Palestina”.
Esses chefes de corporações no interior da universidade, acrescentou, “estão dispostos a fazer de tudo para que as palavras ‘Palestina Livre!’ não seja pronunciadas dentro ou perto dela”.
“Mas enquanto estivermos por aqui, ‘Palestina Livre'”, declarou, seguido pela palavra de ordem entoada pelos presentes ao ato.
Khalil seguiu denunciando a universidade de Columbia de tentar impedir o ato diante de suas portas “simplesmente para que não possamos lembrar-lhes de que eles financiam o morticínio em Gaza”.
“Eu não sou violento, mas um defensor dos direitos humanos”, concluiu.
Agora está de volta a Nova Iorque e reunido com sua família, amigos e apoiadores. Por estar preso, Khalil não pôde estar presente ao parto de seu primeiro filho e perdeu o seu primeiro Dia dos Pais com sua família.
Sua esposa, Noor, comemorou que “finalmente posso respirar aliviada e saber que Mahmoud está voltando para casa, para mim e para Deen, que nunca deveria ter sido separado de seu pai.”
“Não só se me ameaçarem com detenção, mesmo que me matassem, eu ainda falaria pela Palestina novamente”, disse Khalil. “Só quero voltar e continuar o trabalho que já vinha fazendo, defendendo os direitos palestinos, discursos que deveriam ser celebrados, e não punidos,” disse.
Um dos líderes estudantis durante os protestos do ano passado, na Universidade de Columbia pela causa palestina e contra o genocídio que está acontecendo em Gaza pelas forças de Israel, Khalil foi preso em 8 de março desse ano. É um dos alvos de Trump para deportar estudantes universitários de outros países que tenham ideais políticos contrários ao imperialismo americano e contra o Estado de apartheid de Israel.
Ele foi pessoalmente apontado para deportação pelo Secretário de Estado de Trump, Marco Rubio, que disse que os estudantes pró Palestina nos EUA são prejudiciais aos interesses do governo americano.
Em sua decisão, o juiz Farbiarz, de Nova Jersey, declarou que o estudante não poderia ser deportado com base na determinação de Rubio e que o governo de Trump estava violando a liberdade de expressão de Khalil, um direito na Constituição norte-americana. A porta-voz da Casa Branca anunciou que Trump irá recorrer da libertação.