
Presidente ressaltou que seu país construiu um reator nuclear na República Islâmica e que assinou um acordo para começar a erguer outros dois. “Apesar do perigo que isso representa, continuamos com este trabalho. Não retiramos nosso pessoal de lá”, sublinhou o líder russo
“Apoiamos o Irã em sua luta por seus interesses legítimos, incluindo sua luta por seus interesses na energia nuclear pacífica. E sempre mantivemos essa posição”, afirmou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em pronunciamento na sessão plenária do 28º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na sexta-feira (20). “Defendemos o direito do Irã ao uso pacífico da energia nuclear, não apenas em palavras, mas em atos”, enfatizou.
Com este compromisso, o líder russo citou como exemplo já ter construído um reator nuclear na cidade iraniana de Bushehr, a 1.200 quilômetros ao sul de Teerã, e continuará cooperando neste campo com a República Islâmica.
“Assinamos um contrato para construir mais dois reatores nucleares, apesar da complexidade da situação. Apesar do perigo que isso representa, continuamos com este trabalho. Não evacuamos nosso pessoal de lá”, informou o presidente, destacando a identidade com um projeto de desenvolvimento soberano também no campo energético.
Diante do agravamento da tensão, Putin disse que tanto o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu quanto o presidente americano Donald Trump foram informados e aceitaram as legítimas exigências de Moscou para garantir a segurança do pessoal russo no país persa.
“Além disso, assumimos uma posição clara nas Nações Unidas. Mas estou profundamente convencido de que a posição que mantemos, inclusive dentro da ONU, atende aos interesses tanto do Irã quanto do Estado de Israel”, acrescentou Putin.
Neste sábado (21), o líder russo voltou a lembrar que informou Israel, “em repetidas ocasiões”, de que não há prova alguma de que o Irã esteja desenvolvendo uma arma de destruição massiva, nem de que esteja tentando obter alguma por outros meios.
PUTIN CONDENA “GRAVE AGRESSÃO AO DIREITO INTERNACIONAL”
Putin condenou de forma enérgica a ofensiva sionista, que classificou de grave violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas e pediu precaução diante da escalada do conflito, pois traria “consequências imprevisíveis para toda a situação na região do Oriente Médio”.
Na última quinta-feira (19), o chefe da corporação estatal russa Rosatom, Alexei Likhachev, comparou as consequências de um possível ataque israelense à usina nuclear de Bushehr ao desastre de Chernobyl, alertando que “não se pode aproximar uma arma de uma instalação nuclear em funcionamento”.
Desde a madrugada de 13 de junho, quando Israel começou unilateralmente seus bombardeios massivos ao Irã, matando lideranças militares, cientistas e civis, os dois países entraram em guerra. O pretexto utilizado por Netanyahu foi impedir a “construção de uma bomba atômica”, negada pela própria Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).