“Jamais, se fosse presidente, iria ver com antecedência a prova do Enem. Isso não existe”, disse.
O presidente do DEM e prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, afirmou, nesta terça-feira (27), ser contra o projeto “Escola Sem Partido”, que tramita na Câmara dos Deputados e é uma das principais bandeiras de Bolsonaro. O prefeito de Salvador disse ter uma visão absolutamente diferente em relação ao projeto e observou que monitorar o que o professor diz em sala de aula é “descabido”.
“Sou contra a discussão da Escola Sem Partido. Alguns falam que os professores estão militando em sala de aula. São exceções que devem ser tratadas como exceções. Mas censurar é completamente descabido. Você vai censurar, monitorar o que o professor está falando em sala de aula? Isso é descabido”, afirmou o prefeito de Salvador.
O prefeito de Salvador tem razão em falar que o projeto é “descabido”. Porque, na verdade, a pretexto de uma “Escola sem Partido” o que se quer é expurgar as opiniões contrárias para implantar as opiniões de um partido único. O partido a favor de Bolsonaro.
Quem estiver com o bolsonarismo, esse vale. Quem estiver contra, tem que ser censurado, perseguido, segundo o famigerado “Escola Sem Partido”. É projeto para implantar nas escolas a visão absoluta a favor do governo e mais nada. O projeto do obscurantismo.
Quem está com a razão e a verdade não se incomoda nunca com as visões contrárias. Debate, convence.
Esse projeto reflete a nulidade de quem o propôs. Sabe que não pode convencer ninguém de que 2 mais 2 são 5 e por isso quer cercear e perseguir a opinião divergente.
Segundo ACM Neto, os professores têm suas próprias opiniões e que não cabe ao governo censurá-los. O presidente do DEM também criticou a possibilidade de Bolsonaro ter acesso às provas do Enem antes delas serem aplicadas, como já foi declarado por ele e por seu futuro ministro da educação, Ricardo Vélez. “Jamais, se fosse presidente, iria ver com antecedência a prova do Enem. Isso não existe”, disse.
ACM Neto opinou também sobre a política externa de Bolsonaro e o futuro do Itamaraty. Para ele, “nada justifica que se imprima uma ideologia de direita no ministério. É um ministério que tem que ter uma visão pragmática”.
Bolsonaro cogitou a possibilidade de ver as provas do Enem após a polêmica causada em torno de uma questão sobre um “dialeto secreto” utilizado por travestis. O futuro ministro da educação concordou e disse que “ninguém vai impedir” o presidente eleito de ver o exame antes.
O projeto Escola Sem Partido, criticado por ACM Neto , avançou na Câmara dos Deputados na última quinta-feira (22) após seis tentativas de leitura do texto do projeto na comissão especial. Em mais uma sessão tumultuada, com embates entre apoiadores e contrários à proposta, o parecer do relator, deputado Flavinho (PSC-SP), foi lido, mas a votação foi adiada.
W. F.
ACMN falou um monte de besteira. Escola sem partido significa, apenas, o professor cuidar apenas de dar sua aula, sem doutrinar politicamente seus alunos. E isso vale pra todas as tendências politicas.
Você sabe que não é nada disso. E, se não sabe, pior.