Dezenas de milhares de argentinos superlotaram, terça-feira, o estádio do Atlanta, no bairro de Villa Crespo, em Buenos Aires para repudiar Macri e a submissão ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao G-20, que realiza uma cúpula presidencial na capital portenha na próxima sexta e sábado.
Com 50 mil pessoas ocupando o lado de dentro e outros 20 mil do lado de fora, assinalaram os organizadores, os movimentos sociais apontaram a necessidade de virar a página da capitulação aos estrangeiros e construir uma agenda desenvolvimentista, que coloque em primeiro lugar o interesse nacional, o salário, o emprego e os direitos sociais e trabalhistas. Para isso sublinharam a necessidade de uma ampla frente, na qual incluem a ex-presidenta Cristina Kirchner, mas também outros setores do campo nacional e popular.
Na convocatória, entidades de trabalhadores do campo e da cidade – como o Bairros de Pé -, organizações e partidos peronistas e comunistas defenderam “enfrentar este modelo de saque, dependência e exclusão que concentra a cada dia mais riquezas em menos mãos e descarta os trabalhadores, submetendo os povos à fome e ao desemprego”.
Para o deputado Felipe Solá, candidato à presidência, a solução não está no G-20, no modelo macrista, “mas voltar a ter um governo que defenda o trabalho dos argentinos, que fortaleça a economia popular”.
Na avaliação da deputada Vitória Donda, os movimentos populares devem representar os interesses de todos os que ficaram “excluídos do sistema”, indo à luta para derrotar o “desastre neoliberal do governo macrista, antes que deixe nosso país em ruínas”.
Representando a Unidade Popular, o ex-deputado Claudio Lozano destacou: “os que aquí estamos somos os que encheram as ruas desde que este governo assumiu, pois temos uma agenda de futuro, somos os que sabemos que não há política de transformação sem organização”.
Responsável pelo discurso de encerramento do ato multitudinário, o secretário-geral do Movimento Evita, Emilio Pérsico, enfatizou que “a onda de participação dos movimentos populares na política é para conquistar uma democracia mais participativa, onde os humildes recuperem seu lugar de maioria”.
Entre outros ocuparam a linha de frente do palco os deputados Facundo Moyano, Daniel Arroyo, Leonardo Grosso e Lucila de Ponti, os sindicalistas Víctor Santa María, Juan Carlos Schmid, Víctor de Gennaro e Hugo “Cachorro” Godoy e os dirigentes populares Daniel Menéndez, Gildo Onorato, Patricia Cubría, Jonathan Thea, Marina Cardelli, Elena Hanono, Kito Aragón, Nicolás Harispe, Ricardo Fierro, Cristina Cabib (Mães da Praça de Maio de Quilmes), Jorge Mario Smith, Luis Tiscornia e Roberto Solano.