A Organização Social (OS) IDAB, responsável pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Copacabana, Botafogo, Taquara e Duque de Caxias, realizou uma demissão em massa de médicos por meio de mensagens pelo aplicativo Whatsapp.
A OS IDAB simplesmente disse que contratou outra empresa, a Soniprev, para cuidar dos plantões, que de acordo com a Secretária de Saúde, não era de conhecimento da pasta.
Pacientes que procuraram atendimentos nas unidades tiveram que volta para casa sem atendimento. “Isso não é absurdo, isso é omissão de socorro. Eu cheguei atrás de um médico, você chegou atrás de um médico e onde estão os médicos? Demitidos. Corredores vazios, consultórios vazios”, reclamou Eduardo. Ele foi em busca de atendimento na UPA de Copacabana na noite desta sexta-feira (30) e encontrou isso cadeiras vazias e consultórios sem pacientes. Todos que chegavam eram mandados para casa.
Em algumas unidades, mesmo depois da mensagem de demissão, os médicos demitidos foram trabalhar.
“Tem paciente grave aí na sala vermelha e a gente tem que ver. Não pode abandonar o plantão porque recebeu uma mensagem de Whatsapp demitindo todo mundo, não vir e deixar a comunidade desassistida”, disse a médica Juliana Selbach, da unidade de Botafogo.
Quando os médicos chegaram para assumir o plantão, encontraram os recém contratados, já de uniforme. A UPA de Botafogo funcionou com duas equipes completas. Mesmo assim, tinha paciente reclamando de demora no atendimento.
Na UPA de Copacabana, também houve casos de médicos demitidos que foram trabalhar nesta manhã, assim como novos contratados. Uma pediatra contou que logo no começo do plantão estava no consultório atendendo a uma criança quando um representante da OS entrou na sala e determinou que a mãe da paciente levasse a criança para outro consultório onde estava um médico recém-contratado. A mãe não concordou, assim como a médica, e o atendimento foi concluído.
Outras duas médicas também contaram que foram impedidas de atender na UPA de Copacabana. Elas saíram do local afirmando que iriam registrar o caso em delegacia.
A Secretaria de Estado de Saúde declarou que a demissão em massa dos médicos jamais poderia ter sido feita sem o conhecimento da pasta. Além disso, informou que vai acionar a Procuradoria Geral do Estado para saber se é permitido à OS contratar uma outra empresa terceirizada para fazer a contratação dos médicos.