Funcionários federais atingidos pelo apagão parcial do governo norte-americano foram às ruas nesta sexta-feira (10) em Washington exigindo o fim da paralisação e o pagamento dos salários. Neste sábado o “shutdown” completa 22 dias, um recorde de paralisação do governo, o que significa manter o impasse para cerca de 800 mil funcionários que foram dispensados ou forçados a trabalhar sem receber.
Essa crise é artificialmente provocada pelo presidente Trump que paralisa o governo para forçar a oposição democrata a lhe conceder a aprovação de US$ 5,7 bilhões para financiar a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México. Esse muro xenófobo é a questão chave para a campanha de Trump à reeleição em 2020. Para conseguir entregar a principal promessa que fizera ao seu eleitorado, Trump tenta forjar uma “crise humanitária e de segurança” mas não convence devido às mentiras que proferiu no seu discurso pela TV e a ausência de dados que sustentem seus apelos melodramáticos.
Em meio a essa queda de braço, além dos dispensados do trabalho, há muitas dezenas de milhares de funcionários federais contratados que podem estar perdendo cerca de US$ 200 milhões em pagamento por dia, de acordo com a Bloomberg, e a maioria deles nunca receberá após o término do bloqueio.
O Aeroporto Internacional de Miami anunciou nesta sexta-feira que fecharia um de seus terminais durante parte do fim de semana devido à falta de peneiras disponíveis nos pontos de verificação da Transportation Safety Administration (TSA).
Um revisor da TSA no Aeroporto Laguardia, em Nova York, disse que seus colegas de trabalho “têm aluguéis altos, hipotecas a pagar. Eles não sabem o que vão fazer. Muitas pessoas dependem desse salário como principal fonte de renda para manter a família”.