Índios de diversas etnias realizaram na última quinta-feira (31) protestos em várias localidades do país contra as políticas anti-indígenas do governo Bolsonaro.
A campanha “Sangue Indígena – Nenhuma Gota a Mais”, organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), pede o retorno da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Justiça, que hoje está sob o controle do novo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, liderado pela pastora evangélica Damares Alves.
Além disso, a organização denuncia que Bolsonaro colocou os territórios indígenas sob ameaça, quando determinou a atribuição “demarcação de terras indígenas” para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – atribuição que pertencia à Funai.
“Trazer a demarcação de terras para o Mapa é uma demonstração clara deste governo de que não vai mais demarcar terra indígena no país, porque esse ministério está entregue ao agronegócio. Não é somente uma transferência, mas uma decisão política de negar o direito territorial, impedindo as demarcações”, afirmou a coordenadora executiva da Apib, Sônia Guajajara.
Somente nos primeiros dias de 2019, ao menos oito áreas indígenas foram atacadas por grileiros de terras e ruralistas.
Os protestos ocorreram em diferentes pontos do país, incluindo estados como Mato Grosso, São Paulo, Pará, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Ceará, Goiás, Amapá, Rio de Janeiro, Bahia e no Distrito federal.