Em reunião na sede do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na quinta feira (14), as centrais sindicais CTB, Força Sindical, CGTB, CUT, Nova Central, Intersindical, CSP-Conlutas e CSB debateram a mobilização para a Assembléia Nacional da Classe Trabalhadora, convocada para o próximo dia 20 de fevereiro, em São Paulo.
A mobilização, que tem como centro o combate à reforma da previdência do governo Bolsonaro, em defesa das aposentadorias e da Previdência Pública, vai reunir em São Paulo as mais diversas entidades do movimento popular e caravanas de trabalhadores vindas de todo o país.
“Nossa luta é, não só em defesa das aposentadorias, agora sob o risco de extinção para os mais pobres com a privatização do sistema previdenciário, mas também em defesa da soberania nacional, da democracia e dos direitos sociais, alvos da agenda ultraneoliberal do governo Bolsonaro, que radicalizou a receita de Michel Temer”, disse Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) .
Para ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, “tem forte interesse particular na reforma. É diretamente ligado a empresas que exploram o sistema previdenciário e está sendo investigado por suspeita de desvio de R$ 1 bilhão na administração de fundos de pensão. É um dos Chicago Boys, como os que assessoraram a fracassada reforma previdenciário do ditador Augusto Pinochet no Chile, que instituiu o malfadado sistema de capitalização e condena os idosos à miséria, com aposentadorias que não chegam à metade do valor do salário mínimo daquele país”, completou Adilson.
Segundo o Estudo Estatístico Vitais, do Ministério de Saúde e do Instituto Nacional de Estatísticas do Chile (INE), entre 2010 e 2015, 936 pessoas com mais de 70 anos tiraram sua própria vida. Os maiores de 80 anos apresentam a maior quantidade de suicídio (17,7 por cada 100 mil habitantes), seguido pelos segmentos de 70 a 79 anos, com 15,4, contra uma média nacional de 10,2.
“Nós estamos fazendo assembleias nas fábricas, a fim de orientar e esclarecer os trabalhadores sobre as maldades da reforma. Ela afeta quem está para se aposentar e também os mais jovens, que sofrerão no futuro.”, disse Rodrigo Carlos de Morais, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Para o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), “o governo fabricou um déficit na Previdência Social para tentar justificar o roubo que pretende fazer. Porém, eles não contam que só esse ano, as empresas deixarão de pagar mais de R$156 bilhões ao governo por meio de desonerações previdenciárias.”
“Querem acabar com a previdência social para passar mais dinheiro para os especuladores da laia de Paulo Guedes. Isso o povo não aceita e não vai aceitar, ter seus direitos retirados para dar dinheiro a meia dúzia de parasitas que vivem à custa do povo.”, completou Bira.
Assembléia Nacional da Classe Trabalhadora: Dia 20, às 10h. Praça da Sé, São Paulo.