A Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado aprovou na terça-feira (19), por seis votos a cinco, convite para que o ex-secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, compareça ao colegiado para explicar as denúncias sobre o esquema de candidaturas laranjas de mulheres no PSL. A data da reunião ainda será definida.
O autor do requerimento, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), espera que Bebianno torne públicas outras revelações que teria a fazer. Segundo o parlamentar, o ex-ministro precisa explicar as denúncias. “A melhor forma do sr. Bebianno se redimir pelos seus malfeitos é comparecer ao Senado e abrir o jogo, sem permitir que sua exoneração sirva pra varrer a sujeira para debaixo do tapete”, completou.
O governo tentou impedir a aprovação do requerimento. O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE) chegou a pedir a postergação da deliberação, sob o argumento de esperar o andamento da apuração da Justiça Eleitoral e do Ministério Público. Mas Randolfe replicou: “Ver o governo Bolsonaro abafando a tentativa do Senado investigar o caso Bebianno não tem preço. O Planalto mudou de inquilino, mas não de práticas”.
As denúncias de que esquemas de financiamento de candidaturas laranjas tenham ocorrido durante as eleições de 2018, no partido de Jair Bolsonaro, surgiram no início do mês. O primeiro integrante do governo citado foi o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que era dirigente do diretório da sigla em Minas Gerais.
Como presidente do PSL e coordenador da campanha de Bolsonaro, Bebianno foi o responsável pela liberação dos recursos. Ele também aprovou diretamente o repasse de R$ 250 mil para a candidatura de uma ex-assessora.
As prestações de conta das candidatas laranjas mostram que o dinheiro foi repassado a gráficas em endereço de fachada – onde não havia máquinas para impressões em grande escala, além de empresas ligadas a parentes e assessores dos envolvidos.
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