
O presidente do PDT, Carlos Lupi, cobrou transparência nas contas da Previdência e criticou a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que autoriza o governo a desviar 30% das receitas da Previdência Social para outras finalidades.
“Nós precisamos ter transparência nas contas da Previdência. Hoje se divulgam informações falsas e deturpadas e a população precisa tomar conhecimento dos números reais. Se alguém descobrir alguma empresa no mundo que, tirando 30% das receitas, tenha lucro, me avise”, afirmou, durante seminário realizado pelo partido na terça-feira (19).
O evento, na sede do PDT em Brasília, reuniu parlamentares das bancadas na Câmara e no Senado Federal, membros da executiva nacional da legenda, representantes dos movimentos, lideranças e filiados.
Segundo Lupi, o compromisso do partido é com o aprofundamento do debate sobre a Previdência Social, para que a população tenha conhecimento dos números reais.
“Não é justo que o trabalhador pague pelos desvios e sonegações das grandes corporações. Por que não se cobra o que as grandes empresas devem à Previdência? Porque querem cobrar dos trabalhadores?”, enfatizou Lupi.
O ex-ministro Ciro Gomes defendeu no evento que a proposta do PDT para a Previdência mantenha a contribuição do empresariado e do governo com tributação sobre o faturamento das empresas. Ele também afirmou que não é uma ideia razoável tratar de forma igual a aposentadoria entre mulheres e homens e entre trabalhadores rurais e urbanos.
“Temos compromisso com a classe trabalhadora e com os direitos adquiridos, portanto não aceitaremos aprovar uma reforma injusta contra o povo brasileiro”, comentou.
Para o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), um dos pontos determinantes para que o partido apoiasse a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara foi que não houvesse atropelo no debate em torno da proposta de reforma nas aposentadorias.
“Queremos ouvir vários especialistas, entidades sindicais, a sociedade civil e não vamos com isso querer empurrar com a barriga a discussão da reforma. E sempre tendo como premissa básica que tirar direito de quem já tem pouco não terá nosso apoio”, disse Figueiredo.