A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, nesta terça-feira (21), aumentos nos valores das bandeiras tarifárias amarela e vermelha, nos patamares 1 e 2 em até 50%. Os novos valores de acréscimo nas contas de luz passam a valer a partir de 1º de junho.
O maior percentual de reajuste ocorreu na bandeira amarela, que passou de R$ 1 a R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) – uma alta de 50%. O patamar da bandeira vermelha 1 passou de R$ 3 para R$ 4 a cada 100 kWh, alta de 33,3%, e o patamar 2 da bandeira vermelha passou de R$ 5 para R$ 6 por 100 kWh consumidos, alta de 20%.
Este é o 2º reajuste dos valores do sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, durante o governo Dilma. Em outubro de 2017, a Aneel aprovou aumento de 42,8% no patamar 2 da bandeira vermelha – nível mais caro.
Composto por bandeiras nas cores verde, amarela e vermelha (patamar 1 e 2), o sistema de bandeiras foi criado para repassar aos consumidores a despesa da geração de energia pelo uso das termoelétricas, que, em sua maioria, dependem de combustíveis como o diesel para funcionar.
De acordo com o diretor do Ilumina, o engenheiro Elétrico e mestre em Planejamento Energético, Renato Queiróz, apenas em 2018, o sistema de bandeiras tarifárias arrecadou R$ 7 bilhões para as empresas distribuidoras de energia. (veja vídeo abaixo)
Vale ressaltar que este sistema não alivia, em momento algum o valor da conta para brasileiros, no máximo, quando a bandeira está na cor verde, não há aumento.
Desde a criação das bandeiras tarifárias, o governo afirma que a falta de chuvas e o baixo volume de águas nas hidroelétricas cria a necessidade de acionar as termoelétricas, uma energia com custo de geração mais elevado e portando mais cara e com elas garantir o abastecimento nas casas e indústria.
Porém não existiu nenhum tipo de planejamento para o setor, nem de investimentos em novas geradoras de energia de fontes mais baratas, como as hidrelétricas, ou até mesmo nas fontes renováveis, como solar e eólica.
Para o governo a solução tem sido simples: repassar ao consumidor este custo mais elevado, mesmo autorizando aumentos na distribuição de energia, realizada em sua imensa maioria, e nas maiores cidades, por empresas privadas. Ao povo ficam as contas cada vez mais caras e a baixa qualidade nos serviços prestados.
Veja o vídeo de Renato Queiróz sobre o início da cobrança da bandeira amarela neste mês de maio: