Deputado estadual “Vandro Família” é apontado como mandante da execução de adversário
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou uma operação na manhã desta terça-feira (21), para desarticular uma quadrilha que seria chefiada pelo deputado estadual Vandro Lopes Gonçalves (Solidariedade), mais conhecido como “Vandro Família”. Segundo a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o grupo praticava crimes a mando do parlamentar, entre eles, o assassinato de um adversário político ocorrido em março de 2018, quando era vice-prefeito de Magé, na Baixada Fluminense. A vítima foi Paulo Henrique Dourado Teixeira, conhecido como Paulinho P9.
“Na época, a vítima realizava oposição ao então prefeito de Magé, Vandro Lopes. A suspeita é que Vandro seria o mandante desse homicídio, que teria sido praticado por um grupo de extermínio atuante na cidade de Magé e vinculado ao então prefeito”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Moysés Santana, destacando que Vandro já possui antecedentes criminais.
Vandro Família é sargento da PM, foi vereador (de 2013 a 2017) e vice-prefeito de Magé (2017-2018) e é um dos aliados do governador Wilson Witzel (PSC) na Assembleia Legislativa (Alerj). No início deste mês de maio, quando o governador do estado aumentou o valor do Regime Adicional de Serviço (RAS) pago aos policiais militares e civis, Vandro apareceu em um vídeo ao lado de Witzel, que o agradeceu pelo seu apoio na Alerj.
Na operação desta manhã os policiais pretendem cumprir 20 mandados de busca e apreensão em endereços da quadrilha, inclusive na residência do deputado, seus seguranças, bem como na casa de empresários ligados ao esquema denunciado por P9.
Os agentes atuam na capital, em Magé, Guapimirim, Piabetá, São Pedro D’Aldeia e Petrópolis. Eles pretendem encontrar armas, celulares, computadores e outros documentos que comprovem a atuação da quadrilha.
Em 2012, Vandro Família foi preso em uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE) contra a milícia da localidade de Fragoso, em Magé. Ele é considerado o chefe da milícia.
No ano passado, o Ministério Público do Rio (MPRJ) pediu a cassação do mandato de Vandro como vice-prefeito e do prefeito de Magé, Rafael Santos de Souza, o Rafael Tubarão (PPS). Eles são suspeitos de distribuir cestas básicas aos servidores do município. Na ocasião, os procuradores pediram também que eles fiquem inelegíveis por oito anos.
ZULU PRESO
Na manhã desta terça-feira (21) também foi preso o integrante da maior milícia do estado, Felipe Ferreira Carolino, conhecido como Zulu, homem de confiança do miliciano Wellington Braga, o Ecko.
Segundo policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Zulu também foi responsável por arregimentar homens para a disputa entre milicianos e traficantes na Praça Seca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. “O Zulu era considerado pela quadrilha do Ecko como o ‘General das Guerras’, pela sua personalidade extremamente violenta. Ele era chamado para todas as guerras quando iam invadir territórios rivais”, revelou o delegado Fábio Salvadoretti.