Ele se negou a ouvir os representantes dos estudantes
A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) afirmou, nesta quarta-feria (22), que vai recorrer à Justiça contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub por danos morais.
Ela disse que foi desrespeitada quando cobrou do ministro, durante audiência na Comissão de Educação da Câmara, nesta mesma tarde (22), a apresentação do planejamento estratégico do Ministério para o ano, com os cortes anunciados.
Segundo Tabata, Weintraub mentiu ao responder que ela teria sido convidada quatro vezes para comparecer ao Ministério. Além disso, ele tornou público documentos com telefone e dados pessoais da deputada.
Ela desmascarou o ministro ao comprovar que ele nunca havia feito convite nenhum. “A sua equipe talvez não tenha passado, mas aí é uma questão de gestão da equipe da senhorita”, insistiu o ministro.
Em resposta, a parlamentar pedetista mostrou que os únicos convites feitos a ela partiram do ex-ministro, Ricardo Vélez Rodríguez, que deixou o MEC em abril. “O senhor não tem o direito de questionar a minha gestão. Ao contrário do senhor, eu conheço e confio na minha equipe”, disse Tabata.
Ela mostrou os convites que, segundo ela, foram três e vieram da administração anterior, do então ministro Ricardo Vélez, que foi demitido por total incapacidade administrativa. “O senhor tomou posse dia 9 de abril e compartilha com o público três convites, sendo que o último foi feito dia primeiro de abril”, denunciou Tabata.
“Pelo menos faça as contas para não passar constrangimento também”, salientou a deputada. Ela destacou que o ministro distribuiu em uma comissão pública, “prints do meu número pessoal, da minha equipe com mentiras, o que é pior”.
“Isto é um constrangimento e eu tenho vergonha da gente estar aqui. “Que falta de maturidade, pelo amor de Deus”, exclamou.
Ela informou que já está entrando com um processo por danos morais contra o ministro. “Eu cobrando planejamento estratégico, falando de coisas sérias, com respeito, e o senhor me responder com isso. Pelo amor de Deus. Isso não é atitude de um ministro”, exclamou a deputada.
Sessão termina com tumulto
Ao final da sessão, presidida pela deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP), o Ministro da Educação se recusou a ouvir a presidente da UNE, Mariana Dias e o presidente da UBES, Pedro Gorki, e a sessão foi encerrada com muita confusão, provocada por deputados bolsonaristas. Estava prevista a fala das lideranças estudantis.
Os parlamentares bolsonaristas tumultuaram a sessão para impedir a fala dos líderes estudantis e pressionaram para que a segurança retirasse os dirigentes das entidades à força da Comissão.
“Essa seria a primeira oportunidade e o primeiro contato do ministro com os movimentos sociais. Por que incomoda tanto os estudantes falarem na Casa do Povo?”, questionou a presidente da UNE.
A deputada Professora Marcivânia condenou a atuação dos deputados bolsonaristas. “Infelizmente, eles vieram aqui impedir uma decisão da Presidência da Comissão que era de dar voz às instituições representativas dos estudantes”, denunciou.
“É uma postura antidemocrática, grosseira, que o povo brasileiro não merece”, lamentou a Professora.
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Fala de Tabata Amaral
Confusão provocada por bolsonaristas