O ex-deputado federal, ex-vereador, ex-secretário do Rio e candidato a governador em 2018 pelo PSD, Índio da Costa, foi preso nesta sexta-feira (6) pela operação “Postal Off”, da Polícia Federal, contra um esquema de fraude montado para roubar os Correios. Índio da Costa é um privatista convicto e já integrou o PFL, PTB e DEM.
Na prefeitura do Rio, foi secretário de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, ao lado do atual prefeito Marcelo Crivella (2017 a 2018), e secretário de Administração na gestão de Cesar Maia, entre 2001 e 2006.
Ele foi relator da comissão especial que criou projeto da Lei da Ficha Limpa, que impede políticos com condenações em segunda instância de disputar cargos nas eleições.
Onze mandados de prisão preventiva foram cumpridos – 9 no Rio e 2 em São Paulo – e um mandado de prisão temporária foi cumprido em Minas Gerais. Além de Índio, também foi preso Cleber Isaías Machado, superintendente estadual de Operações dos Correios.
A PF informou que foram detidos agentes dos Correios, empresários e funcionários de empresas que eram utilizadas como “laranjas” pela organização criminosa, de acordo com o delegado Cristian Luz Barth, responsável pela investigação em Santa Catarina.
Cargas dos Correios eram desviadas para empresas privadas que cobravam mas não realizavam os serviços. Estes, na verdade, permaneciam a cargo dos Correios. Dados preliminares indicam um prejuízo ao erário no montante de 13 milhões de reais, apenas no que se refere às postagens ilícitas já identificadas, não computado o prejuízo diário que estava sendo causado pelo grupo investigado.
A investigação, iniciada em novembro de 2018 em Santa Catarina em razão do primeiro indício de crime encontrado, evidenciou forte atuação do grupo nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o qual contava com a participação ativa de funcionários dos Correios, fazendo com que grandes cargas postais de seus clientes fossem distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao devido.
A fim de assegurar o ressarcimento dos prejuízos causados aos Correios, foram determinados bloqueios de contas bancárias e o arresto de bens móveis e imóveis, incluídos carros de luxo e duas embarcações, sendo uma delas um iate avaliado em 3 milhões de reais.