“A economia do Rio de Janeiro encolheu 8% nos últimos 4 anos”
O ex-ministro e ex-deputado federal Brizola Neto acaba de ser lançado como pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pela legenda do PCdoB. Em entrevista ao HP, na segunda-feira (16), Brizola afirmou que sua pré-candidatura vem para contribuir na construção de uma ampla frente “para enfrentar o atraso representado por Crivella e pelas matilhas bolsonaristas”.
O pré-candidato destacou que a democracia brasileira está sendo ameaçada pelos ataques sistemáticos vindos do Planalto. “Bolsonaro é uma ameaça à democracia não só pela afronta que promove contra as instituições da democracia brasileira, o MP, a Polícia Federal, o Parlamento, o Judiciário, os sindicatos, os partidos políticos, as entidades estudantis, as entidades ligadas aos direitos humanos e ao meio ambiente”, disse ele.
Brizola Neto avaliou que a situação do país é crítica e ressaltou que o Rio de Janeiro “está ainda pior”. “Vivemos a pior recessão econômica da nossa história, a economia do Rio de Janeiro encolheu 8% nos últimos 4 anos, temos as maiores taxas de desemprego do país, aqui somos 1,4 milhões de desempregados e mais 1,7 milhões de trabalhadores vivendo na informalidade”, denunciou.
Confira a entrevista
Hora do Povo: Qual é o significado de sua pré-candidatura à Prefeitura do Rio de Janeiro?
Brizola Neto: Minha pré-candidatura vem para contribuir para a construção de uma frente ampla, que una todas as forças progressistas e democráticas, para unidos enfrentarmos o conservadorismo e o atraso representado por Crivella e pelas matilhas bolsonaristas.
Hora do Povo: Como você está vendo as ameaças à democracia vindas do bolsonarismo?
Brizola Neto: Bolsonaro é uma ameaça à democracia não só pela afronta que promove contra as instituições da democracia brasileira, o MP, a Polícia Federal, o Parlamento, o Judiciário, os sindicatos, os partidos políticos, as entidades estudantis, as entidades ligadas aos direitos humanos e ao meio ambiente.
Mas é acima de tudo uma ameaça ao desenvolvimento autônomo do Brasil e à nossa Soberania. Estamos retrocedendo quase um século com a privatização das nossas Estatais e a retirada de direitos e garantias da classe trabalhadora. Aqui no Rio, por exemplo, a questão social voltou a ser tratada como caso de polícia, com uma política genocida de extermínio e criminalização dos pobres, como ocorria no Brasil antes da década de 30.
Hora do Povo: Como você avalia a situação política e econômica do Rio de Janeiro?
Brizola Neto: O Rio de Janeiro vive o atraso político, com o conservadorismo comandando as três esferas de governo. Crivella no municipal, Witzel no estadual e Bolsonaro no federal.
Vivemos a pior recessão econômica da nossa história, a economia do Rio de Janeiro encolheu 8% nos últimos 4 anos, as maiores taxas de desemprego do país, aqui somos 1,4 milhões de desempregados e mais 1,7 milhões de trabalhadores vivendo na informalidade e um estado de completa calamidade social, mais de 3000 homicídios, só nos seis primeiros meses do ano e milhares de pessoas mergulhadas na miséria extrema, morando nas ruas e sobrevivendo pedindo esmolas.
Hora do Povo: Quais serão as suas prioridades caso venha a ocupar a Prefeitura do Rio?
Brizola Neto: Neste sentido, qualquer candidatura que queira representar as forças progressistas e democráticas, deve apresentar uma agenda para o Rio que volte a dialogar com esses graves problemas enfrentados pelo povo carioca.
Uma agenda que tenha propostas claras para a retomada do desenvolvimento econômico, com o desenvolvimento das nossas forças produtivas, especialmente de nossas potencialidades como o setor de petróleo e gás, que cobre da União a retomada de investimentos estratégicos e fundamentais para economia do Estado do Rio, como por exemplo os investimentos da Petrobrás no desenvolvimento de pesquisa e da cadeia produtiva do petróleo, do refino, da petroquímica, da indústria naval.
Construir uma plataforma para a retomada do emprego, o desafio de gerar 1 milhão de empregos no Rio nos próximos 4 anos e finalmente, com uma gestão fiscal responsável e eficiente, reconstruir a rede de proteção social da prefeitura.
Vamos recuperar suas receitas para os investimentos em assistência social, na saúde e especialmente na educação das creches ao ensino fundamental e da pré- escola também, recuperando aquele que foi o projeto de educação mais ousado e generoso já executado em todo o Brasil, que foram os CIEPs criados pela determinação de Brizola e pela genialidade de Oscar Niemayer e Darcy Ribeiro
Leia a nota do PCdoB do Rio
“A cidade do Rio de Janeiro padece de tríplice tragédia quando se fala dos governos a que estamos submetidos. Bolsonaro, presidente cuja administração se baseia na destruição dos fundamentos da Nação e na liquidação dos direitos dos trabalhadores, promove ideias antidemocráticas e ameaça implantar um estado fascista.
Na mesma linha, o Governador Witzel é cúmplice e responsável por uma política de segurança que tem resultado no assassinato de jovens e trabalhadores nas comunidades, um verdadeiro genocídio com evidência na juventude negra, e na expansão das milícias nos territórios da cidade.
Conivente com essas políticas de consequências trágicas que se abatem nas esferas federal e estadual, o Prefeito Crivella agrava a situação de calamidade social do Rio de Janeiro ao se revelar um péssimo administrador e levar adiante uma política pífia, com seguidos cortes no orçamento da prefeitura, que não dá soluções para os problemas de moradia, transporte, saúde e educação. A cidade do Rio de Janeiro está abandonada e se deteriorando a olhos vistos.
Está na hora da sofrida população do Rio dar um basta nessa situação. O PCdoB, formado por homens e mulheres do povo que vivem e sofrem com a crueldade e insensibilidade desses governantes, apresenta ao povo carioca a pré-candidatura de Brizola Neto à prefeitura da Capital do Rio de Janeiro. Brizola Neto, ex-ministro do Trabalho, tem como marca a defesa dos empregos e dos direitos dos trabalhadores. Em seu programa de governo uma das prioridades é o restabelecimento da rede de proteção social, proporcionando ao povo pobre e trabalhador melhores condições de vida. Além disso, Brizola Neto apresentará para a disputa da Câmara de Vereadores uma chapa com candidaturas antenadas com esses ideais populares.
A decisão dos comunistas por uma candidatura majoritária está alinhada com a sua afirmação pela luta em prol de uma frente ampla e de unidade da classe trabalhadora para derrotar o trio Crivella, Witzel e Bolsonaro na cidade. A ampla unidade que o PCdoB defende se traduz na luta pela democracia, pelos direitos sociais e trabalhistas, pela soberania nacional e pelo desenvolvimento com geração de emprego e renda.
Ao apresentar sua pré-candidatura, o PCdoB reafirma e faz um importante chamado para a unidade das forças democráticas e de resistência contra esses governos retrógrados e antipovo.
Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2019