Durante a entrevista coletiva da terça-feira (7), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que “se estivesse em Manaus estaria preocupado”, ao relacionar as cidades brasileiras onde o novo coronavírus tem se espalhado e o não cumprimento total da ordem de quarentena, medida adotada para que não haja uma maior proliferação da doença.
O prefeito de Manaus, Arthur Virgilio Neto, afirmou nesta terça-feira (07) que o sistema de saúde da cidade chegou ao colapso, atingindo o limite máximo de capacidade de leitos na rede pública devido o novo coronavírus.
“O sistema de saúde em Manaus está incapaz de atender todos aqueles que, padecendo do Covid- 19, o procuram. A rede pública colapsou. O hospital principal, que é ó Delphina Azziz, ele está absolutamente lotado de pessoas que não estão encontrando solução ali”.
O governo afirmou que alugou um hospital com 400 leitos para ajudar a desafogar o sistema. O complexo estava parado há um ano desde que foi finalizado por uma rede particular de saúde. Na área de UTI, são 25 leitos que neste momento aguardam a estrutura tecnológica, como monitores cardíacos e respiradores, por exemplo. A previsão é que todo o hospital comece a funcionar em dez dias.
O estado do Amazonas registrou quase 120 novos casos da Covid-19. O número de mortes subiu para 30. Para tentar conter a curva de novas infecções, a polícia ajudou a manter o comércio fechado em Manaus e um carro de som alerta a população a ficar em casa.
Já na segunda-feira (06), 95% das 293 vagas disponíveis em UTIs de hospitais públicos e privados estavam ocupadas, segundo o secretário estadual da Saúde, Rodrigo Tobias de Sousa.
Manaus concentra mais da metade dos 4 milhões de habitantes do estado, espalhados por 62 municípios. E também todos os leitos de UTI, o que significa que 100% dos doentes graves terão de ser levados até lá. De avião, porque quase não há rodovias na floresta amazônica.
NOVO HOSPITAL
Nesta quarta-feira, o prefeito de Manaus anunciou que a construção de um hospital de campanha para ajudar no atendimento de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. A unidade deve contar, inicialmente, com cem leitos.
A baixa capacidade para atendimento é a maior preocupação do estado, uma vez que os casos de coronavírus não param de subir. Em entrevista à Rede Amazônica, o prefeito informou que o hospital de campanha deve auxiliar na demanda do estado. O prefeito não informou, no entanto, quando o local deve estar pronto, mas disse que deve ser construído “a toque de caixa”.