Esta matéria traz os principais trechos de artigo de Noa Landau, repórter diplomática do jornal israelense Haaretz, intitulada “Reino Unido e Estados da União Europeia advertem governo Netanyahu-Gantz contra anexação da Cisjordânia N.B.
NOA LANDAU*
A União Europeia e mais diversos outros países Europeus, o que inclui Alemanha, França e Inglaterra, reiteraram sua oposição à aspiração do governo israelense de anexar partes da Cisjordânia [referindo-se aos territórios palestinos ocupados à margem ocidental do rio Jordão, dos quais Bibi Netanyahu e Benny Gantz acordaram em oficializar sua usurpação, como parte dos acertos para estabelecer um governo de coalizão de direita].
“A posição da União Europeia acerca do status dos territórios ocupados por Israel em 1967 se mantém”, afirmou o diretor de Política Externa da UE, Josep Borrell, na quinta, dia 23, pouco antes de um encontro do Conselho de Segurança da ONU.
“A União Europeia não reconhece qualquer soberania israelense sobre a Cisjordânia ocupada”, enfatizou Borrell. Ele declarou que a União Europeia veria qualquer anexação como séria violação da lei internacional e “vai continuar a monitorar de perto a situação assim como suas mais amplas implicações e vai agir de acordo”.
O governo de Israel desafiou as declarações de Borrell e disse que elas não representam a posição dos Estados membros da UE [com base no fato de que uma declaração acerca desta questão não foi consensual em reunião recente da UE]. “Considerando a profundidade de nossas relações, e à luz do fato de que, mais uma vez, uma declaração similar não recebeu apoio dos Estados membros há poucos dias, eu imagino que política este distinto senhor está representando”, diz declaração oficial israelense. O ministro do Exterior Yisrael Katz, agradeceu “nossos amigos na Europa que se opuseram ao anúncio do senhor Borrell”.
[No entanto, a posição de Borrell não está tão isolada como querem entender os israelenses:] No mesmo encontro no Conselho de Segurança, o coordenador especial da ONU para o Oriente Médio, o búlgaro Nickolay Mladenov, afirmou: “A anexação de partes da Cisjordânia se constitui em uma séria violação da lei internacional, em um golpe devastador na solução dos Dois Estados, fecha as portas à retomada das negociações e ameaça os esforços no sentido do avanço da paz na região”.
O embaixador francês, Nicolas de Rivière, foi mais longe e declarou que a anexação “não passará sem questionamentos e não deve ser secundarizada no plano de nossas relações com Israel.”
A missão do Reino Unido declarou-se preocupada com a coalizão Netanyahu-Gantz pois ela pode pavimentar o caminho para a anexação e enfatizou que esta ação “violaria a lei internacional e danificaria o processo de paz”.
A missão alemã declarou que “aconselha contra a anexação dos territórios palestinos ocupados” pois isso teria repercussões negativas acerca da viabilidade da solução dos dois Estados e para a posição de Israel na comunidade internacional.
“ISRAEL BARRA OS ESFORÇOS PALESTINOS DE DETER A PANDEMIA”
O embaixador palestino na ONU, Mansour Riyad, declarou que a pandemia deixou claros os crimes de Israel. Ele denunciou que as forças israelenses de ocupação estão bloqueando as tentativas da Autoridade Palestina de deter a propagação do coronavírus e acrescentou que “se Israel escolhe a anexação, não deve se surpreender com a subsequente cadeia de eventos”.
“Como ousa o representante palestino difamar os esforços israelenses e dos soldados israelenses e culpa-los por espalhar o vírus”, foi a resposta do embaixador israelense Danny Danon, [o mesmo que teve sua credencial de embaixador israelense no Brasil negada por ser o diretor da organização israelense que congrega os usurpadores de terras palestinas.] Danon chamou as denúncias do embaixador palestino de “antissemitas”.
Uma declaração também foi pronunciada pelo vice-primeiro-ministro da Irlanda, Simon Coveney, que apesar de desejar sucesso ao governo de coalizão israelense, deixou claro que anexação de território ocupado militarmente é proibida sob a legislação internacional “quando e aonde ocorrer, entre os vizinhos europeus ou globalmente. Este é um princípio fundamental nas relações entre os países e do Estado de Direito no mundo moderno. Nenhum Estado pode passar por cima disso.”
O primeiro-ministro Bibi Netanyahu e ex-rival Benny Gantz assinaram um acordo de coalizão para dirigirem em conjunto um denominado “governo de emergência”, baseado na divisão de poder e na rotação de comando. Os dois lados concordaram com a anexação de partes da Cisjordânia, ainda que seu contorno não esteja claramente delineado.
Dentro do acordo politico, Netanyahu, na condição de primeiro-ministro, pode propor legislação anexando parte da Cisjordânia a partir do dia 1º de julho, sob a condição de que este movimento seja apoiado pelos Estados Unidos [vale dizer, Trump, cujo mandato deve se espirar em novembro, de acordo com as pesquisas e o democrata Biden já se declarou contra a anexação. Por isso a direita israelense se sente correndo contra o tempo].
Na quarta-feira, o secretário de Estado, Mike Pompeo, declarou que a anexação de partes da Cisjordânia “é uma decisão que, afinal, compete a Israel fazer”. É o primeiro comentário oficial tendo em vista a formação de um novo governo em Israel. Pompeo disse ainda que os Estados Unidos saúdam o acordo e estão dispostos a seguir cooperando com Israel.
O presidente palestino Mahmoud Abbas, comentou que “ninguém deve se iludir que pode tirar vantagem do fato do mundo estar ocupado com a crise do coronavírus para violar nossos direitos. Não vamos permitir a ninguém que violem nossos direitos”.
Noa Landau é reporter diplomática do jornal Haaretz’s diplomatic reporter, encarregada de cobrir as questões de relações internacionais de Israel e é membro do conselho editorial do jornal. Antes disso atuou como chefe do Departamento de Notícias e editora da versão em inglês do Haartez. É também conselheira do Instituto Reuters de Jornalismo na Universidade de Oxford.
Usarpar mais ainda? Estranho deixarem os Israelenses fazerem o que querem desde 1948. Ninguém faz nada para impedir o Holocausto Palestino.
O Historiador Grego Heródoto, em mais de mil paginas de seu livro, cita os Palestinos duas vezes, mas você não encontra uma citação que seja, que sequer lembre a existência dessa raça ou de qualquer coisa citada na Torá.
E olha que ele falou de uma infinidade de religões, hábitos, guerras, povos, boatos, etc.. tudo o que puder imaginar. Não é à toa que o livro tem mais de mil páginas. E Heródoto nasceu 484 anos antes de Cristo, ou seja, os Palestinos estão lá no mínimo há mais de 2 MIL ANOS. Os Palestinos comprovadamente já existiam.