Mais de 100 corpos foram encontrados na última quarta-feira dentro de dois caminhões de mudança no bairro do Brooklyn, em Nova Iorque, após moradores terem alertado a polícia do mau cheiro exalado dos veículos.
Estacionados do lado de fora de uma funerária, os corpos estavam em decomposição e os caminhões, que concentravam 50 cadáveres cada, não possuíam qualquer tipo de refrigeração.
Após atingir o seu limite máximo de transporte de corpos há mais de um mês, a funerária passou a alugar os caminhões de mudança. Segundo testemunhas, há pelo menos quatro semanas a empresa vinha realocando cadáveres de um caminhão para outro.
Até esta sexta-feira, somente em Nova Iorque, 18.321 perderam a vida com o coronavírus, enquanto os Estados Unidos continua sendo o epicentro da enfermidade, com 1,12 milhão de infectados e quase 65 mil óbitos.
O dono da agência funerária que alugou os veículos, Andrew T. Cleckley, alegou que os corpos somente começaram a feder quando o sistema refrigerador dos caminhões “parou de funcionar”.
Condenando o descaso, o Departamento de Saúde de Nova Iorque frisou que “os diretores de agências funerárias são obrigados a armazenar os falecidos que aguardam o enterro ou outra disposição final em condições apropriadas e a seguir suas precauções rotineiras de prevenção e controle de infecções”.
Diante da péssima repercussão dos acontecimentos, a Prefeitura de Nova Iorque enviou recursos e equipamentos apropriados para auxiliar no cuidado dos corpos e a Justiça avalia quais as medidas penais a serem tomadas.