Apesar da recente queda no número de casos da Covid-19 no Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou nesta segunda-feira que ainda é muito cedo para flexibilizar as medidas de combate à pandemia e anunciou a sua prorrogação até o final do mês.
“Vou estender até 31 de maio o período do estado de emergência que declarei em 7 de abril. A área coberta inclui todos os municípios do país”, anunciou Abe.
A decisão do primeiro-ministro foi tomada após cientistas advertirem para os riscos que o abrandamento das restrições poderia trazer para a saúde pública, que contabiliza mais de 15 mil contagiados e 556 mortos.
O estado de emergência foi instalado em Tóquio e outras seis regiões do país, de 126 milhões de habitantes, sendo logo ampliado para todo o território nacional, permitindo ao governo estimular a população a ficar confinada e a fechar estabelecimentos comerciais. No entanto, a medida não permite que as autoridades adotem restrições à circulação de pessoas e nem prevê sanções.
RISCO DE COLAPSO
De acordo com as associações de médicos, os hospitais podem entrar em colapso em breve com o avanço da pandemia. O risco é alto, adverte a Sociedade Japonesa de Medicina Intensiva, uma vez que o número de leitos de UTI é extremamente baixo: 6.500, cinco para cada 100.000 habitantes, menos da metade da taxa na Itália.
Diante disso o governo disse que vai utilizar hotéis para instalar pacientes que sofrem sintomas leves. As autoridades também anunciaram o aumento da capacidade de testes, mas continua sendo criticado pelo número relativamente baixo de exames de detecção, especialmente pelos critérios restritivos adotados.