“É verdade que a crise está afetando a todos, mas a dignidade das pessoas sempre deve ser respeitada”, afirmou o sumo-pontífice Francisco ao final de sua audiência geral, nesta quarta-feira, realizada na biblioteca papal, em virtude da quarentena que vive a Itália.
Defendendo a solidariedade a todos os trabalhadores como preceito fundamental da existência humana, o papa destacou que este é o momento de “convidar os trabalhadores explorados e convidar a todos a transformar a crise em uma ocasião em que a dignidade da pessoa e do trabalho possa ser colocada de volta no centro das coisas”.
Manifestando seu respeito e profunda identidade com as inúmeras mensagens enviadas no Primeiro de Maio, o papa fez menção especial às que condenavam a exploração dos homens do campo na Itália, a maioria dos quais é de imigrantes.
Nas últimas semanas ocorreram inúmeras prisões de proprietários de fazendas e quadrilhas que recrutam e controlam trabalhadores rurais na península ibérica. Num dos casos recentes, três albaneses que trabalhavam para uma vinícola no Norte da Itália foram presos por forçarem imigrantes a permanecer em atividade durante até 10 horas por dia sem intervalo, além de pagarem salários completamente insuficientes.