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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia “já é uma medida sanitária, porque servirá para pressionar o governo Bolsonaro a se preocupar com o enfrentamento à pandemia”.
“Quais as responsabilidades para termos nos tornado o epicentro global da pandemia? Por que, na semana passada, de cada 10 pessoas que morriam no planeta, 3 eram brasileiros?”, perguntou.
“O que nos trouxe até aqui? Quais as razões? Qual o papel que teve a ausência da aquisição de vacinas no ano passado? Quem teve responsabilidade no colapso do abastecimento de oxigênio em Manaus e agora em todo o Brasil? Qual o impacto das campanhas disseminadas pelo não uso das máscaras, quando deveria ser o contrário? Qual o prejuízo que se teve por não termos tido uma coordenação nacional do enfrentamento da pandemia?”, questionou o senador.
“Essas são algumas das perguntas que são pressionadas sobre todos nós brasileiros sobre a memória dos, hoje, mais de 370 mil vítimas da Covid”, disse Randolfe em entrevista à Globonews.
“Eu, particularmente, tenho a convicção de que não chegamos à toa a essa situação de caos sanitário, de atoleiro sanitário e de ser o epicentro mundial da pandemia”, salientou.
Principal articulador da CPI no Senado, Randolfe assumirá a vice-presidência da Comissão, tendo como presidente o senador Omar Aziz (PSD-AM). A relatoria será dada para o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Randolfe disse que não deve haver espaço para vaidades dentro da investigação. “Acho que mais do que as nossas vaidades sobre presidência, sobre postos a assumir ou eventuais controvérsias que podemos ter, nesse momento está em jogo uma questão central. É preciso ter foco e concentração no serviço que temos que entregar”.
Ainda durante a entrevista, o senador Randolfe Rodrigues disse que a CPI deverá ser realizada de maneira semipresencial. “Nós já confirmamos como iniciaremos a CPI: será a partir da sessão presencial desta quinta-feira (22) para a escolha do presidente e do vice. A partir daí é perfeitamente possível o andamento semipresencial da CPI, como tem sido o plenário do Senado”.
Randolfe espera que em menos de uma semana seja apresentado o plano de trabalho da CPI e “a partir daí encaminhamos as inquirições que são necessárias, as audiências que são necessárias e, se for o caso, as acareações”.
“Com a CPI funcionando, acompanhando e investigando o que passou, mas, em especial, fiscalizando e pressionando o que está ocorrendo neste momento, talvez o governo Jair Bolsonaro se preocupe mais quando estiver faltando kits de intubação em São Paulo”, observou.
“Veja, essa semana tivemos a informação absurda de que o governo de São Paulo encaminhou nove ofícios pedindo kit intubação para o Estado e a resposta do Ministério da Saúde foi, lamentavelmente, de que o governo de São Paulo deveria se virar com isso”, contou.
O senador disse ainda que espera que os ataques por parte do governo Jair Bolsonaro à CPI deverão continuar para tentar atrapalhar as investigações. “CPI que se pretende ser séria vai ser alvo de resistência e de ataques. Nós devemos estar preparados para isso”.
“Conduzir inquérito não é uma situação confortável, principalmente para quem vai ser investigado. Obviamente que todos aqueles agentes que estarão como objeto da investigação deverão fazer isso que estão fazendo agora no decorrer de toda a CPI”, concluiu.