Os trabalhadores da Ford das unidades de Camaçari (BA) e Taubaté (SP) aprovaram acordos parciais com a direção da multinacional que garante a suspensão temporária das demissões e a continuidade das negociações com a direção mundial da empresa na tentativa de reverter o fechamento da Ford no país.
Foram dois acordos distintos: na unidade de Taubaté, os trabalhadores aprovaram em assembleia, na quinta-feira (18), aceitar a negociação acordada em audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) e a Ford, que prevê uma reunião entre a diretoria executiva americana da Ford e o sindicato, na tentativa de que a empresa reveja à saída do Brasil, além da suspensão das demissões dos 830 trabalhadores até 5 de março e a retomada das atividades até o dia 22 de fevereiro, além de reuniões para discutir alternativas para os funcionários.
A reunião entre o sindicato e a direção internacional da montadora, que tem o poder de decisão de rever a saída da empresa do Brasil, deve ocorrer até o próximo dia 25.
Em Camaçari, o acordo entre o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgica, Siderúrgica, Mecânica, de Automóveis, Autopeças de Camaçari e a montadora também foi mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia, em audiência virtual na quinta-feira (18).
Na unidade de Camaçari, os trabalhadores terão garantia de salário nos próximos 90 dias, independente de serem convocados ou não para o trabalho.
Também ficou acordado que o abono das faltas injustificadas dos trabalhadores convocados desde o dia 28 de janeiro até a presente data será remetida à mesa de negociação direta, com a Ford assumindo o compromisso de não descontar tais faltas pelos próximos 90 dias.
Para o presidente do Sindmetau, Cláudio Batista (Claudião), “se dependesse da Ford tudo já estaria definido, mas a luta, a solidariedade de cada um tem sido essencial para enfrentarmos essa difícil situação. Seguimos unidos e mobilizados”, afirmou.
“Vencemos algumas batalhas, mas nossa mobilização em defesa dos empregos segue com muita unidade. A oportunidade de defendermos nossa proposta de reversão do fechamento da Ford no país diretamente com a diretoria executiva da Ford fortalece nossa luta”, ressaltou Claudião.