![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Metalurgicos_ABC-Kelly-Fersan.jpeg)
Em assembleia unificada, nesta quinta-feira (13), os trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo, aprovaram a proposta de suspensão dos contratos de trabalho (layoff) para atravessar o período de redução da produção, reflexo também da taxa de juros. Os trabalhadores aprovaram ainda a luta contra os juros abusivos praticados pelo Banco Central.
Os trabalhadores receberão 100% do salário líquido durante o layoff e ainda vão passar por um curso de formação profissional. A medida atinge 1200 funcionários da montadora.
O diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, ressaltou que a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% dificulta o acesso ao crédito. “O maior vilão é a taxa de juros abusiva, que deixa o financiamento mais caro, as pessoas não compram e há a queda na produção. A maioria das pessoas não compra ônibus nem caminhões à vista”, afirmou.
Aroaldo destaca que os juros praticados pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado no governo Bolsonaro e defensor do atual patamar dos juros, mesmo com posição contrária do atual governo, afeta a população de maneira geral e impossibilita o crescimento da economia.
“Ela também atinge quem quer financiar um carro, uma geladeira. Os juros altos afetam o consumo, o emprego e a renda. Os trabalhadores vão à luta para dar o recado de que não concordamos com esses juros. É preciso baixar a taxa para a economia reagir. Nossa luta é pela retomada do desenvolvimento do país e é nossa obrigação tomar à frente da discussão da economia brasileira”, destacou.
A Mercedes-Benz divulgou comunicado no início do mês indicando a necessidade de suspensão de um dos turnos da produção, por dois a três meses, e alegou excedente de trabalhadores, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A montadora também adotou férias coletivas parciais e semanas curtas de trabalho.
“É importante ressaltar que todos esses trabalhadores têm garantia de retorno para a fábrica. E, para dar mais tranquilidade para as pessoas, em caso da necessidade de um novo layoff, dependendo de como o mercado de caminhões e ônibus se comportar, quem entrar agora não estará em um eventual próximo layoff”, disse o diretor executivo do sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.