Vice-presidente nacional, Washington Quaquá, defendeu Lira. “Não tenho nenhum problema com o Lira, pelo contrário. Para falar a verdade, acho que ele pode ter mais condições de avançar”, avaliou o dirigente. Rogério Correia (PT-MG) se contrapõe dizendo que isso “é um erro histórico”
O PT está dividido em relação ao apoio ao candidato de Bolsonaro à presidência da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL). Além dos defensores do candidato governista, há um grupo favorável ao lançamento de uma candidatura própria dos partidos de oposição. Outra parte defende o apoio ao nome indicado pelo atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Na sexta-feira (11), a divisão ficou explícita em reunião da comissão executiva da legenda com parlamentares. O vice-presidente nacional do PT e ex-prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, defende que o partido apoie a candidatura do deputado Arthur Lira (PP-AL) a presidente da Câmara.
Quaquá argumenta que Lira é um nome do Centrão e aponta vantagens de uma aliança com o parlamentar. “Não tenho nenhum problema com o Lira, pelo contrário. Para falar a verdade, acho que ele pode ter mais condições de avançar”, avaliou.
Um dos que se mostraram descontentes com essa negociação foi o deputado federal mineiro Rogério Correia. Ele diz que “é um erro histórico, um pragmatismo injustificável para militantes de um partido de esquerda com princípios democráticos e socialistas”.
“Infelizmente, existem dirigentes do PT nacional que defenderam essa tese de fazer um acordo dependendo do que se teria em troca de uma plataforma e de espaços políticos. Mas são poucos, minoria dentro da direção do PT. E a reação tem sido muito negativa”, afirmou.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), por sua vez, afirmou, em vídeo publicado nas suas redes sociais e em seu site, que não existe a menor possibilidade de o PT apoiar a candidatura de Arthur Lira. “Hoje o PT é linha de frente na oposição a Bolsonaro e todos os retrocessos que o governo dele representa, por isso, em hipótese alguma, Lira, que é seu candidato, contará com apoio do PT”, afirmou.
Outros partidos de oposição estão convencidos de que é preciso derrotar o candidato de Bolsonaro e estão trabalhando pela formação de uma frente ampla junto com Rodrigo Maia para impedir que o candidato bolsonarista empalme a presidência da Câmara.
A Câmara dos Deputados, sob a direção de Rodrigo Maia (DEM-RJ), cumpriu um papel decisivo para derrotar a guinada fascista e as intenções golpistas de Bolsonaro. Junto com o Supremo Tribunal Federal e outras Instituições da República, a Câmara foi uma trincheira fundamental contra o fascismo.
Além disso, contribuiu para ampliar as medidas de defesa da população na pandemia como foi o caso da elevação da ajuda emergencial de R$ 200, como queria Bolsonaro e Guedes, para R$ 600, o que teria sido impossível se a Câmara estivesse sob o comando bolsonarista.