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O ex-presidente também disse que é a favor de uma ampla união. “Não adianta eu querer impor as minhas vontades. A democracia é o regime das maiorias, portanto é necessário muito diálogo”, argumentou
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou na quinta-feira (27), em entrevista a Guilherme Amado, transmitida no perfil de Época no YouTube e no Facebook, que é necessário juntar pessoas para derrotar Bolsonaro. “Eu apoiaria qualquer candidato em 2022 que seja democrata e que tenha condições de derrotar Bolsonaro.” “Não me sinto compelido a apoiar alguém do PSDB nas circunstâncias atuais”, afirmou o ex-presidente FHC.
“Me sinto compelido a apoiar alguém que seja democrata e tenha condição de ganhar de Jair Bolsonaro”, disse o ex-presidente. Ele avaliou que a democracia deve ser sempre defendida mesmo que o atual presidente tenha reduzido a intensidade de seus ataques às instituições democráticas. Segundo o tucano, toda vez que “presidente Bolsonaro exagerar tem que haver contra-ataque”.
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Fernando Henrique criticou intensamente as ameaças que Jair Bolsonaro fez ao jornalista do jornal “O Globo” que perguntou sobre os depósitos de R$ 89 mil feitos por Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Para FHC, o repórter tem o direito e a obrigação de perguntar o que ele achar importante para uma autoridade. Isso é liberdade de expressão.
“O jornalista não pode ser ameaçado por ser atrevido”, observou. “Mesmo que (o repórter) não seja educado, mesmo que seja uma pergunta atrevida, você não pode ser atrevido, porque a força (de um presidente) é desproporcional. A posição de presidente é tão simbólica que, quando você critica, já é um ataque e, quando você ataca, é um apedrejamento em público”, defendeu FHC.
Ao responder a uma afirmação feita por um internauta, provavelmente bolsonarista, de que a imprensa só ataca Bolsonaro e não se referia aos roubos do Congresso Nacional, do Senado ou dos roubos do PT, Fernando Henrique respondeu que essa pessoa não deve ler jornal ou ver televisão.
Segundo o ex-presidente, todas as denúncias têm sido feitas e que ele mesmo nunca escondeu suas críticas aos erros de integrantes do PT, assim como de integrantes de seu partido. Quem errou tem que pagar, aliás alguns deles já estão pagando até com cadeia”, destacou.
Sobre as acusações a Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin, o ex-presidente afirmou que “o PSDB não pode ser confundido com dois ou três”. “O Serra tem uma capacidade intelectual muito grande, é meu amigo, mas precisa explicar as coisas que estão perguntando. Acho que Geraldo é absolutamente inocente e o Aécio tem que julgar o que aconteceu em Minas, não sei”, acrescentou.
O ex-presidente reafirmou a necessidade de uma ampla união. “Não adianta eu querer impor as minhas vontades. A democracia é o regime das maiorias, portanto é necessário muito diálogo”, argumentou. Ele disse acreditar que o PT perderá a eleição por não ter mais todo o apoio popular que tinha. “O Lula é tão centrado nele mesmo que ele pensa que talvez o PT possa ter outro candidato. Claro que pode ter outro candidato.”