Após 15 anos, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai abrir concurso público. Serão 890 vagas para técnicos, analistas e pesquisadores, que serão distribuídas entre os próximos quatro anos até 2027.
Conforme afirmou em entrevista ao G1 a presidente do órgão, Silvia Massruhá, o concurso já foi aprovado pelo governo federal e as inscrições devem começar no primeiro semestre do ano que vem.
Ligado ao Ministério da Agricultura, o órgão sofreu nos últimos anos com cortes de orçamento e perda de funcionários. Silva informou que o último concurso da instituição ocorreu em 2009 e, até 2014, a Embrapa continuou chamando os concursados que estavam na lista de reserva. “Portanto, faz 10 anos que não temos gente nova na Embrapa”, disse.
“A Embrapa teve um programa de demissão voluntária em 2019. Saíram algumas pessoas que já estavam para se aposentar. No total, 1.100 pessoas saíram”, destacou.
Segundo ela, “a Embrapa está em um momento de transição de gerações. Então é importante a convivência de quem está chegando com quem está saindo”, disse.
Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, diversas entidades ligadas ao setor se manifestaram denunciando o desmonte, cortes no orçamento, demissões de técnicos e pesquisadores, e a descaracterização que o órgão vinha sofrendo, transformando-se em uma mera “corporação privada” a serviço do agronegócio.
Falando sobre as transformações no órgão implementadas na gestão passada, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) afirmou, em nota divulgada em 2022, que o que vinha ocorrendo era “mais uma tentativa de desmonte do patrimônio público em atendimento aos interesses das grandes corporações que já acumulam a patente das sementes, dos insumos e dos venenos que circulam livremente na produção agropecuária do País”.