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Após ser hostilizado por publicar no Twitter uma reflexão sobre brigas políticas, o cardeal e arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, respondeu às acusações de estar “apoiando” a esquerda por aparecer em trajes religiosos na cor vermelha em sua foto de perfil na rede social.
Em uma série de tuítes, o arcebispo pediu “calma”, disse que apenas colocou “uma pergunta” e falou que “não era preciso xingar tanto quem fez a pergunta”.
A reflexão de dom Odilo, publicada na rede social neste domingo (16), alertava sobre “briga política” entre amigos e familiares.
“A fé em Deus permanece depois das eleições; assim, os valores morais, a justiça, a fraternidade, a amizade, a família… vale a pena colocar tudo isso em risco no caldo da briga política?”, escreveu o arcebispo. Em seguida foi alvo de críticas.
Entre elas, o religioso recebeu questionamentos sobre sua posição em relação ao aborto – que é repudiado pela igreja, ao comunismo e sobre a cor da roupa. “Qual vermelho você veste? O do mau, do comunismo, ou o vermelho do amor?”, perguntou um seguidor.
“Se alguém estranha minha roupa vermelha (perfil), saiba que a cor dos cardeais é o vermelho (sangue), simbolizando o amor à igreja e prontidão ao martírio, se preciso for. Deus abençoe a todos. Mas ninguém machuque ninguém”, respondeu dom Odilo.
Internautas também associaram o religioso ao ex-presidente Lula (PT) e a uma suposta “ditadura da esquerda”.
Em uma série de publicações, o arcebispo alertou para as “consequências” do momento político atual e comparou os ataques recebidos por ele ao “fascismo”.
“Tempos estranhos esses nossos! Conheço bastante a história. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora”, escreveu. E emendou: “Para ser mais claro: parece-me reviver os tempos da ascensão do fascismo ao poder. E sabemos as consequências”.
“Calma, povo! Depois das eleições, todos precisam continuar a viver juntos”, disse.
O líder católico lembrou que já escreveu muitos artigos contra o aborto e indicou o site da arquidiocese, onde seus textos são publicados.
“Desafio alguém encontrar pauta a favor do aborto”, observou.
“Alguém tem dúvidas? Creio em Deus, em Cristo Salvador, amo a Palavra de Deus e da Igreja. Sou a favor da família, contra o aborto e toda violência contra a pessoa; não aprovo comunismo nem o fascismo; sou a favor da moral dos mandamentos de Deus. Estou em comunhão com o Papa…”, completou o cardeal sobre suas crenças.
Leia os textos de Dom Odilo Scherer publicados no Twitter:
“A fé em Deus permanece depois das eleições; assim, os valores morais, a justiça, a fraternidade, a amizade, a família… vale a pena colocar tudo isso em risco no caldo da briga política?
Olá, gente boa: eu só coloquei uma questão e fiz uma pergunta: vale a pena? Está bem, o debate de poucas horas já deu matéria para escrever um livro… Mas não era preciso xingar tanto quem fez a pergunta. Calma, povo! Depois das eleições, todos precisam continuar a viver juntos!
Alguém tem dúvidas? Creio em Deus, em JCristo Salvador, amo a Palavra de Deus e da Igreja. Sou a favor da família, contra o aborto e toda violência contra a pessoa; não aprovo comunismo nem o fascismo; sou a favor da moral dos mandamentos de Deus. Estou em comunhão com o Papa…
Tempos estranhos esses nossos! Conheço bastante a história. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora!
Se alguém estranha minha roupa vermelha (perfil), saiba que a cor dos cardeais é o vermelho (sangue), simbolizando o amor à Igreja e prontidão ao martírio, se preciso for. Deus abençoe a todos. Mas… ninguém machuque ninguém!
Escrevi muitos artigos contra o aborto, colocando claramente minha posição. Escrevo toda semana um artigo no Jornal O São Paulo. Ver no Portal http://arquisp.org desafio alguém encontrar pauta a favor do aborto! Envio muita mensagem p/Twitter. Alguém quer conhecer? Olhe lá.
Para ser mais claro: parece-me reviver os tempos da ascensão do fascismo ao poder. E sabemos as consequências…”