Cinco ex-assessores fantasmas de Jair Bolsonaro receberam R$ 165 mil em auxílios da Câmara dos Deputados, apontam as quebras de sigilo bancário.
Dois deles sacavam o salário inteiro para ficar apenas com o auxílio, o que indica a prática de “rachadinha” (confisco de salários de assessores e servidores do gabinete).
Eles são investigados por também terem sido assessores de Flávio Bolsonaro, que mantinha um esquema de “rachadinha” em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Em março, uma reportagem do UOL, baseada na quebra de sigilo dos ex-assessores de Jair Bolsonaro, mostra que pelo menos quatro deles sacaram 70% dos seus salários. Entre 2007 e 2018, os quatro assessores sacaram R$ 551 mil dos R$ 764 mil que receberam de salário.
Dois dos ex-assessores que recebiam auxílio alimentação da Câmara, Fernando Nascimento Pessoa e Nelson Alves Rabello, deixavam em sua conta apenas os valores relativos ao auxílio, enquanto todo o restante do salário era sacado.
Fernando Nascimento foi assessor de Jair e de Flávio Bolsonaro; Nelson Rabello foi assessor dos dois e também de Carlos Bolsonaro.
Outro assessor, Daniel Medeiros da Silva, tinha um salário superior a R$ 10 mil, mas sacava 71% do que recebia.
Dos cinco assessores, apenas um não sacava o salário. É o caso de Nathália Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Ao invés de sacar os valores, ela transferia 65% de seu salário diretamente para seu pai.