O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que o sistema do Tribunal sofreu um ataque de hackers que partiu de diferentes países, mas que foi impedida e não acarretou prejuízos para o processo eleitoral deste domingo (15). Barroso explicou que o envio das informações das urnas ao TSE é feito por meio de uma rede criptografada do próprio tribunal, que não foi atingida.
“O ataque específico que se verificou hoje (ontem) às 10h41 não produziu nenhum resultado simplesmente porque foi repelido a tempo e não se conseguiu entrar no sistema. Foi um acesso múltiplo, de várias origens, inclusive do Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia”, afirmou o ministro.
O ataque se deu por um grande volume de acessos simultâneos com o suposto objetivo de derrubar o sistema. Segundo Barroso, a tentativa registrada é chamada de “ataque distribuído de negação de serviços”.
“Consiste em uma tentativa maciça de, pelo número de acessos, derrubar o sistema. Não derrubaram o sistema e, portanto, foi totalmente inócuo o ataque. Houve uma reação imediata por parte de nossos técnicos”, disse o Ministro.
Barroso explicou que a instabilidade no aplicativo e-Título do TSE, utilizado para a identificação do eleitor, bem como para a justificativa de ausência e consulta ao local de votação, ocorreu devido à desconexão de um dos servidores como medida de prevenção. O TSE decidiu reforçar as medidas de segurança, segundo Barroso, após o ataque ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) no início do mês.
“Com esse servidor desligado, o servidor remanescente sofreu uma sobrecarga e apresentou uma instabilidade dois, três dias atrás. E esse desligamento do primeiro servidor, em medida significativa, afetou o desempenho ótimo do e-Título”, disse o presidente do TSE.
Bolsonaro e seus seguidores vivem tentando deslegitimar, sem provas nenhuma, as urnas eletrônicas no Brasil. Desde sua implantação no país, nunca houve registro de qualquer fraude.
Para justificar suas derrotas, os bolsonaristas põem em dúvida a segurança das urnas.
A bolsonarista deputada Carla Zambelli (PSL-SP), quando viu o fracasso dos aliados de Bolsonaro nas urnas, escreveu no Twitter: “O que houve com os conservadores? Erramos, nos pulverizamos ou sofremos uma fraude monumental?”.
Na segunda-feira (16), Bolsonaro, imitando Trump, voltou a falar com um de seus seguidores colocando suspeita sobre a lisura do pleito e das urnas eletrônicas.
“Se não tivermos uma forma confiável de apurar as eleições, as dúvidas sempre vão permanecer e nós devemos atender a população”, disse Bolsonaro.