“Foi um atentado contra a democracia na cidade de Araraquara, nós não podemos aceitar isso de forma nenhuma”, reiterou Barbieri, também vice-presidente da Associação Paulista de Municípios (APM)
O ex-deputado federal e ex-prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri (MDB), afirmou que o ataque à bomba contra o vereador Guilherme Bianco (PCdoB) “foi um atentado contra a democracia na cidade de Araraquara, nós não podemos aceitar isso de forma nenhuma”.
Barbieri, que é vice-presidente da Associação Paulista de Municípios (APM), defendeu que o caso deve “ser apurado e punido. É um atentado contra a democracia, [Guilherme] é um vereador e representa a população de Araraquara”.
Quando saía da Câmara Municipal de Araraquara, na noite de segunda-feira (30), o vereador Guilherme Bianco foi atacado por uma bomba caseira arremessada de um carro que passou em alta velocidade. Ele e a servidora Angélica Ribeiro que o acompanhava conseguiram se abaixar e não ficaram feridos.
“Toda a minha solidariedade, o Guilherme tem meu apoio e consideração”, disse
Barbieri, que foi coordenador de políticas públicas da Prefeitura de São Paulo, acrescentou que “não podemos achar que isso é normal, não tem nada de normal. É absolutamente fora de propósito, é um atentado, é uma prática criminosa”, pontuou.
“Isso não pode ficar impune. Vamos ter que enfrentar e resolver esse problema em Araraquara, não podemos deixar acontecer”, continuou.
“A impressão que me dá, pelo o que eu ouvi, é que foi pela postura aguerrida com a qual o Guilherme tem combatido as práticas políticas consideradas fascistas. Ele próprio fala que isso que aconteceu é fascismo”, comentou o ex-prefeito.
“Se for isso [um crime político], é muito mais grave. É direito do Guilherme ter a opinião política dele, como é de outros pensarem diferente dele” opinou.
“Acredito que tenha a ver com a maneira firme com que ele defende os pontos de vista dele. Mas ele defende de maneira democrática, defende de maneira pacífica. São opiniões, não são agressões”, acrescentou.
Marcelo Barbieri disse, em entrevista à Hora do Povo, que Araraquara não tem uma tradição de violência na política. Ele lembrou um caso famoso que aconteceu em 1897, há 125 anos, conhecido como “linchamento dos Britos”, onde três pessoas da família Brito foram tiradas de dentro do presídio e assassinadas por capangas de uma família influente na política local.
“Desde então, a cidade cultivou um processo de pacificação política, porque aquilo que aconteceu ficou marcado na história de maneira profunda. Araraquara tem uma tradição, nos últimos cento e tantos anos, mesmo nos períodos mais difíceis da ditadura, de não ter nada no nível do que vemos agora com o Bianco”.
“O Guilherme é um vereador extremamente combativo, aguerrido, presente nos debates, que se manifesta. A atuação dele tem sido coerente com aquilo que ele sempre defendeu”, concluiu.