Resultado de novembro veio após retração de 0,18% em outubro, segundo IBC-Br, considerado uma prévia do PIB. No acumulado dos 11 primeiros meses de 2023, o índice registrou avanço de 2,4%
A atividade econômica em novembro variou apenas 0,01% frente ao mês anterior, segundo números do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), publicados pelo Banco Central (BC), nesta sexta-feira (19), confirmando as previsões de economistas, de setores produtivos e do próprio governo de desaceleração da economia no último semestre do ano.
A variação positiva veio após três meses consecutivos de queda: agosto, -0,71%; setembro, – 0,05%; e outubro, que foi revisado para uma queda de -0,18% e não de -0,06%, conforme divulgado antes.
No trimestre encerrado em novembro, a atividade econômica ficou 0,49% abaixo do trimestre imediatamente anterior (jun/jul/ago), já descontado as variações sazonais. Em doze meses, até novembro, o resultado foi de 2,31%. Já no acumulado dos 11 primeiros meses de 2023, o índice registrou avanço de 2,4%.
O IBC-Br é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), que corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cujos dados são divulgados oficialmente pelo IBGE.
No primeiro trimestre de 2023, o PIB cresceu 1,4%, no segundo trimestre a alta foi de 1% e no terceiro trimestre avançou apenas 0,1%.
Com o Banco Central mantendo os juros reais no Brasil entre os mais altos do mundo, os efeitos são desastrosos para a economia. Em novembro, a produção industrial brasileira avançou 0,5% em novembro, após não ter apresentado crescimento significativo em outubro (0,1%), setembro (0,1%) e agosto (0,2%).
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) avalia que “2023 foi um péssimo ano para bens de capital, cuja produção encolheu -10,7% até nov/23, e retirou muito do dinamismo de bens de consumo duráveis”. Bens de capital e de consumo duráveis são atividades da indústria que dependem das condições de crédito e do nível de taxas de juros.
“No centro do marasmo que marca 2023 estão as atividades mais negativamente impactadas pelo elevado nível de taxas de juros que ainda persiste no país. Por isso, a continuidade e talvez a mesmo a aceleração da fase atual de baixa da taxa Selic pelo Banco Central é tão importante”, afirmou a IEDI, em carta publicada no final do ano de 2023.
SERVIÇOS E COMÉRCIO
Em novembro, um mês que dá início à temporada de compras natalícias e conta com promoções e descontos da chamada Black Friday, as vendas do comércio brasileiro ficaram paralisadas, ao variar em alta de 0,1% em relação a outubro (- 0,3%).
Também afetado pela restrição da demanda de bens e serviços no país, que está sendo imposta pela taxa básica de juros (Selic) do BC, hoje nos atuais 11,75% ao ano, o comércio brasileiro, excluído o mês de janeiro (alta de 4%), apresentou resultados deprimentes nos meses seguintes do ano de 2023: fev. (-0,1%), mar. (0,7%), abr. (-0,1%), mai. (-0,6%) jun. (0,2%) jul.(0,8%) ago. ( -0,1%) set. (0,6%) out. (-0,3%) e nov. (0,1%).
Já o volume de serviços prestados no Brasil registrou uma alta de 0,4% em novembro, depois de variar em queda de -0,5% em outubro, um recuo de 0,2% em setembro, e tombo de -1,3% em agosto.