A participação de Bolsonaro na manifestação antidemocrática, que ocorreu no último domingo (19), em frente ao QG do Exército, desagradou até empresários que o apoiam. Para o vice-presidente da Fiesp e presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Roriz, o ocupante do Palácio do Planalto deveria gastar seu tempo em assuntos que se referem ao combate do coronavírus.
“Foi inoportuno. Seria melhor que, ao invés de ter ido na manifestação, ele tivesse marcado encontro com os presidentes da Câmara e do Senado para agendar os tópicos que temos pela frente na crise”, disse Roriz, afirmando que o empresariado, de fato, quer a reabertura da economia, mas que defendem que esta ação deve ser feita com planejamento e obedecendo protocolos de saúde.
“Tem que ser com todo o cuidado possível e obedecendo protocolos de saúde, mas ainda não tem nada que diga que se pode fazer essa abertura de imediato, até porque, no Brasil tem muito pouco teste”, disse Roriz.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, também considera infortuna a conduta do chefe do executivo federal. Segundo Solmucci, qualquer movimento de retrocesso na democracia gera uma insegurança para sociedade como um todo. “Queríamos ver pontes sendo construídas. O governo não tem potência na caneta para resolver sozinho a crise, e o Congresso tem que se harmonizar com o Executivo”, diz.
Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), também critica a ida de Bolsonaro no ato golpista. Para Barbato “não é conveniente ficar criando grandes dificuldades com o Congresso em um momento como este”.