![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2022/11/Destruicao.jpg)
Novas convocações para atos contra a vitória de Lula na eleição são feitas em aplicativos de mensagens
Quase 30 dias depois da vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 30 de outubro, empresários bolsonaristas seguem aterrorizando em vias públicas e sabotando a economia de vários estados. É o caso da chamada “rota da soja”, em Mato Grosso. Tudo começou logo pós o anúncio da vitória de Lula.
Usada para escoar a produção do agronegócio em Mato Grosso, a BR-163, conhecida como “rota da soja”, virou “barril de pólvora”. A rodovia é o palco mais violento de atos realizados neste mês em busca do apoio das Forças Armadas para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República após a derrota nas urnas para Lula, no segundo turno.
A propósito, esses “protestos” evidenciam várias contradições flagrantes. Pedem “liberdade de expressão” e não admitem divergência. Impactam o direito constitucional da população de ir e vir. E em defender a democracia pedindo “intervenção militar”, eufemismo utilizado pelas hordas bolsonaristas para ditadura militar ao estilo de 1964, que durou 21 anos no Brasil.
Motoristas tiveram viagens interrompidas, mesmo que a caminho de hospitais. Há gritos de ordem contra as instituições. O comércio de Sinop chegou a fechar as portas em apoio aos atos terroristas, com mensagens antidemocráticas na estrada. Carros, guinchos e pneus foram incendiados.
CLIMA DE TENSÃO CONSTANTE
Apesar do arrefecimento das interdições na BR-163, grupos reduzidos de apoiadores de Bolsonaro seguem acampados à beira da estrada, em barracas, o que acentua clima de tensão constante. Novas convocações para atos contra a vitória de Lula na eleição são feitas em aplicativos de mensagens. E as polícias militares e Rodoviária Federal fazem corpo mole e vista grossa para os crimes cometidos à luz do dia.
Fora os crimes cometidos na calada da noite, como foi o caso da destruição de transportadora que faz a administração da rodovia BR-163, no município de Sorriso, em MG, entre as cidades de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, que foi atacada por bolsonaristas terroristas, no último sábado (19), durante bloqueios na estrada.
Os atos seguem sendo financiados por empresários bolsonaristas, a fim de criar clima de tensão para tentar inviabilizar a posse de Lula, em 1º de janeiro de 2023. Essa é a estratégia bolsonarista que se evidencia. Por essa razão, Bolsonaro, passados quase 30 dias depois da derrota nas urnas, até hoje, não ligou para Lula parabenizando-o pela vitória e reconhecendo oficialmente a derrota.
Com isso, Bolsonaro brinca com a democracia e incita e excita as hordas bolsonaristas a continuarem cometendo crimes nas vias públicas à luz do dia.
TERROR EXPLÍCITO
A escalada da violência ganhou destaque a partir do dia 18, quando grupo armado depredou e ateou fogo na base do SAU (Serviço de Apoio ao Usuário) da concessionária Rota do Oeste, perto de Lucas do Rio Verde.
Dia 21, os terroristas tentaram impedir, em Sorriso, a passagem de uma família que levava uma criança de 9 anos para fazer cirurgia em um dos olhos em Cuiabá. Em vídeo que circula na internet é possível ouvir um homem, aos gritos: “Vá a pé. De carro, não passa”.
Eles cortaram caminho. “Era a passagem por uma estrada dentro de uma fazenda. O motorista encontrou a estradinha, cerca de 100 metros, e saímos lá na frente do bloqueio. Em um ônibus, tinha mulheres, idosos, filhos desesperados”, disse Éder Boa Sorte, autônomo e pai de Gabriel, que fez a cirurgia e passará por nova avaliação.
A propósito, Éder Boa Sorte é eleitor de Bolsonaro e apoia ou apoiava os bloqueios. As redes sociais dele estão cheias de posts em apoio os atos e a Bolsonaro.
Em vídeo que circula nas redes sociais, o pai do garoto se desespera ao ser impedido de passar em protesto bolsonarista.
TERROR
Episódios como o da família Boa Sorte levaram a 26ª Companhia da Força Tática da Polícia Militar em Sinop a classificar os protestos como “análogos ao terrorismo”. O coordenador da Comunicação Institucional da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Cristiano Vasconcelos, corroborou a avaliação. “Antes eram atos pacíficos, agora são atos criminosos, terroristas”, afirmou.
Os grupos estão organizados. Há barracas de alimentos e estrutura para lhes dar suporte. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de contas de 43 suspeitos de financiar as ações – entre esses mato-grossenses.
A ação, no entanto, reascendeu manifestações ainda mais agressivas na rodovia.
ENTRESSAFRA
A “rota da soja” é a espinha dorsal do escoamento de grãos no país. A rodovia passa por municípios que figuram entre os maiores produtores agrícolas, como Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. A entressafra ajuda a explicar a insistência em bloquear a via.
“A paralisação está confortável para os produtores do agronegócio porque eles já receberam os insumos e já plantaram a soja e o milho da próxima safra. Agora só vão precisar da BR-163 a partir de janeiro”, afirmou Vivaldo Lopes, consultor econômico da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).
Segundo Caio Marcondes Barbosa, cientista político e pesquisador da USP (Universidade de São Paulo), os setores da soja e do transporte de carga são atrelados ao bolsonarismo por identificação de valores e promessas do presidente. Na campanha de 2018, Bolsonaro dizia ter como prioridade completar o asfaltamento da BR-163. A pavimentação foi entregue em julho de 2019.
“Esses setores tiveram seus interesses vislumbrados pelo governo em muitas questões, como na postura mais branda com o desmatamento, na redução de multas ambientais e na oposição a movimentos sociais, como o Movimento Sem Terra”, afirmou Barbosa. Para ele, há resistência a Lula por causa da associação ainda com a defesa dos povos indígenas e da oposição ao amplo acesso a armas de fogo no país.
EXTREMISMO DE DIREITA
A antropóloga e pesquisadora Letícia Cesarino, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), classifica os atos terroristas como extremistas de direita e baseados em teorias conspiratórias, sobretudo em relação às urnas eletrônicas.
“As duas coisas andam juntas, porque é o conspiracionismo que tira a confiança das pessoas nas instituições. Esse desengajamento (falta de confiança), que é um a priori para a violência, passa por esses ambientes da extrema-direita na internet”.
M. V.
Bolsonaro não incita e nem compactua com nenhum tipo de crime ou desordem! Não pode e nem deve ser responsabilizado por desordeiros de esquerda ou direita de plantão! Toda essa situação agressiva e fóra de contexto são consequências dos governos anteriores que obedecem a cartilha dos Illuminattis que querem tomar o nosso país de qqr forma! Sugira que aceitem que a luz está vencendo! Vai doer menos!
Realmente, minha senhora, esse Bolsonaro é um santo. Um verdadeiro São Francisco de Assis. Toda a catástrofe do país nos últimos quatro anos é culpa dos outros – e, pior, dos iluminattis. Será que todos os bolsonaristas são tão malucos assim? Custa-nos acreditar.