Auditores-fiscais do Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho interditaram nove barragens da Vale em Minas Gerais nesta terça (9) e quarta-feira (10). Após constatarem “grave e iminente risco para os trabalhadores”.
O laudo técnico e o termo de interdição foram entregues para representantes da Vale durante reunião realizada nesta quarta-feira (10) no Ministério Público do Trabalho (MPT) em Belo Horizonte.
As interdições acontecem depois do rompimento da barragem da Vale, Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro, que deixou 225 mortos e 68 ainda desaparecidos.
A Agência Nacional de Mineração (ANM) proibiu 36 barragens de realizarem qualquer depósito de rejeitos desde o dia 31 de março. Essa proibição se deve à ausência de declaração de condições de estabilidade, que as empresas precisam apresentar à ANM de seis em seis meses – em março e setembro de cada ano.
“Todas essas barragens estão sendo fiscalizadas pelos auditores-fiscais. Até o momento, interditamos nove barragens”, relatou o coordenador da Comissão Permanente do Setor Mineral da Superintendência Regional do Trabalho no estado, Mário Parreiras de Faria. Ele acrescenta: “Interrompemos qualquer atividade do local, exceto as atividades para correção dos problemas da barragem, desde que não coloquem os trabalhadores em risco”, explica Faria.
De acordo com a ANM o setor de mineração, para cada grupo de 100 mil empregados, tem uma taxa de mortalidade de 14,79 óbitos, enquanto a taxa geral no Brasil é 5,57 mortes.
“Em 2017, a taxa de mortalidade no setor foi cerca de 2,65 maior que a média dos demais setores”, afirmou Faria. “Precisamos exercer uma vigilância constante nessas empresas para diminuir os acidentes”, completou.
Entre as nove barragens estão a Sul Superior, em Barão de Cocais, B3/B4 e Vargem Grande, em Nova Lima, e Fábrica, em Ouro Preto, onde houve toque de sirenes e evacuação. A última barragem a ser interditada foi a Maravilhas II da Mina do Pico, em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais.
Os funcionários de Vargem Grande, B3/B4 e Sul Superior já tinham sido proibidos de entrar por questões de segurança. Entre esta terça e quarta-feira, outras seis foram interditadas. A Vale vai apresentar ações emergenciais que deve implementar nas barragens interditadas, discriminando as providências técnicas essenciais à segurança das estruturas e dos trabalhadores. A mineradora confirmou também que estará presente na próxima audiência, marcada para quarta-feira que vem (17).
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