O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia, disse que não ofendeu as Forças Armadas em discurso na Comissão, mas criticou “aqueles que estão envolvidos com falcatruas”, e disse que a nota do Ministério da Defesa e dos comandantes é “desproporcional”.
“Os meus respeitos aos grandes brasileiros que fazem parte das Forças Armadas e o meu desrespeito total àqueles que estão envolvidos com falcatruas”, disse Omar Aziz em discurso no Senado Federal, respondendo à uma nota do Ministério.
Assista a fala do senador Omar Aziz (PSD-AM)
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os comandantes do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, Aeronáutica, Almir Garnier Santos, e da Marinha, Carlos de Almeida, assinaram uma nota criticando uma fala de Omar Aziz durante a sessão da CPI da Pandemia, na quarta-feira (7).
A nota diz que as Forças Armadas “não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”.
Na sessão, Omar Aziz disse que “os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo, fazia muitos anos”.
Ele estava comentando o envolvimento de membros das Forças Armadas em vários escândalos investigados pela CPI. “O que eu disse é pontual”, disse.
“Há muito tempo (…) não se falava um ‘ai’ das Forças Armadas. E hoje, um ex-sargento da Aeronáutica foi depor, e foi preso porque mentiu, foi o que pediu US$ 1 por vacina. O coronel Élcio [Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde], que está lá, hoje, foi o homem da Covaxin”, afirmou.
“Minha fala hoje foi pontual, não foi generalizada. E vou reafirmar o que eu disse lá na CPI. Pode fazer 50 notas contra mim, só não me intimida. Porque, quando estão me intimidando, estão intimidando esta Casa”, continuou.
O senador Omar Aziz disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deveria ter rebatido a nota falando que ela era desproporcional à fala feita por ele na comissão.
“Ninguém teve uma relação melhor do que eu com as Forças Armadas no meu Estado. Convivi com grandes generais. Não tenho nada [contra as Forças Armadas]. Tem vários pedidos para convocar o ministro da Defesa e eu não pautei nenhuma vez”.
“Em respeito às Forças Armadas, não convoquei” o general Braga Netto, ministro da Defesa do governo Bolsonaro, e o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Casa Civil.
Omar Aziz falou ainda da postura do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), que não se contrapôs à nota. “Eu o respeito, mas a sua história não é essa, nunca foi essa. Vossa excelência vem de um partido de esquerda, vem de Arraes, e vossa excelência sabe muito bem que eu nunca desrespeitei as Forças Armadas”.
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defendeu Omar Aziz.
“Não quero acreditar que esteja em curso qualquer ameaça a um membro deste poder, presidente de uma CPI. Reitero minha confiança nas Forças Armadas, minha, como líder da oposição, de que as Forças Armadas são leais à democracia, à Constituição e assim devem se comportar. Se for diferente, é um caminho muito ruim para a democracia”.
O Senador Aziz está correto em momento nenhum atacou as forças aramadas, referiu-se a alguns militares que atualmente exercem cargos públicos no governo e que estão sim envolvidos com irregularidades apontadas na CPI da Covid isto é fato, uma coisa é uma coisa outra é outra coisa, a Constituição está acima de todos.