Após enviar uma minuta de Medida Provisória ao Ministério da Economia prevendo reajuste salarial de 22% para analistas e técnicos do BC e reestruturação da carreira, a direção do órgão voltou atrás e retirou a medida do Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais do Governo Federal (Sidof), no mesmo dia.
A MP foi elaborada diante da forte pressão dos servidores, que desde o final do ano passado estão em intensa mobilização por reestruturação de carreira e reajuste salarial, com protestos e paralisações que já afetam o funcionamento do órgão.
A minuta foi apresentada na quinta-feira (12), e constava que o reajuste seria concedido a partir de junho de 2022. Porém, no mesmo dia, declarando que encontrou inconsistência no texto de minuta da MP, a direção do órgão retirou o pedido do sistema.
“O Banco Central detectou inconsistências no texto de minuta de Medida Provisória para a reestruturação das carreiras e a modernização da gestão de pessoas nesta autarquia. Por isso, fez sua retirada do Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais do Governo Federal (Sidof)”, afirma comunicado do BC.
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), no entanto, afirmou ontem, mesmo antes do recuo do governo, que embora considere um importante avanço a iniciativa de envio da MP por parte do órgão, a greve estava mantida até a publicação de uma MP que atenda às demandas da categoria.
Os servidores do BC iniciaram a greve no dia 1º de abril. De 20 de abril a 2 de maio, a categoria fez uma trégua na paralisação, dando um “voto de confiança” ao presidente do BC e na tentativa de avançar nas negociações do governo. Mas retomaram a paralisação no dia 3 de maio.