Adversário de Trump nas eleições de novembro para a Casa Branca afirma que, eleito, trará EUA de volta à Organização Mundial da Saúde no “primeiro dia de mandato”
O pré-candidato do Partido Democrata à presidência e ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden, declarou que “os Americanos estão mais seguros quando a América estiver engajada no fortalecimento global da saúde”.
“No meu primeiro dia de mandato como presidente”, prosseguiu, “vamos voltar à OMS”.
A declaração de Biden veio como resposta imediata ao anúncio de Trump, do dia 6, de que os Estados Unidos rompiam com a Organização Mundial da Saúde. A Casa Branca notificou o secretário-geral da ONU (entidade da qual a OMS é subsidiária) a respeito do afastamento.
Acontece que, apesar da declaração bombástica (como em geral são as suas encenações) a decisão de Trump tende a ter pouco efeito prático uma vez que, pelos estatutos da OMS, dos quais os EUA são assinantes, o afastamento de qualquer país requer aviso com um ano de antecedência, o que joga a efetividade da medida de Trump para 6 de julho de 2021.
Com a popularidade no despenhadeiro, as probabilidades dele continuar à frente da Casa Branca no ano que vem são reduzidas e, portanto, basta que Biden cumpra o prometido e retire a carta atualmente enviada por Trump para tornar a medida sem qualquer efeito prático.
A medida de Trump vem após meses de ameaças. Ele tem atacado a OMS em plena pandemia do Covid-19. Uma de suas assertivas é de que a OMS seria tendente a dar apoio injustificado à China, no que foi vergonhosamente acompanhado pelo ministro do Exterior do Brasil, Ernesto Araújo que chegou a comparar as recomendações de distanciamento preventivo da OMS, medidas adotadas pela China, após o surto de Wuhan, a campos de concentração nazistas.
Os especialistas norte-americanos em saúde pública, assim como os líderes da oposição democrata denunciam o absurdo da medida de Trump no momento em que há mais de 12 milhões de infectados no mundo e os Estados Unidos ocupam a primeira posição em termos da propagação do vírus com mais de 3 milhões de contágios.