“Há requisitos para continuar avançando na construção do nosso Estado, na construção da economia para todas as casas das famílias bolivianas. Esse requisito essencial, irmãos e irmãs, é o que vocês demonstraram, nesta marcha, nesta concentração, e isso é a unidade do povo boliviano”, afirmou o presidente Luis Arce, diante de 1,5 milhão de pessoas, nesta segunda-feira (29), no encerramento da “Marcha pela Pátria”.
Conforme o presidente, a manifestação que percorreu o país desde Caracollo, em Oruro, e finalizou na praça San Francisco, da capital, La Paz, demonstrou que, quando o povo está unido, nada é obstáculo para aprofundar as transformações,
“Nós escutamos a voz do povo, irmãos e irmãs, sempre o temos feito e nos mantemos nesta linha. Sabemos que o mandato é de vocês para nós e nunca iremos abandoná-los”, declarou Arce, frisando que o temor dos golpistas é porque o governo conseguiu a recuperação da economia com bons resultados em menos de um ano. “Quando avançamos na solução dos problemas do povo boliviano, a direita se preocupa, a direita usa seus lacaios, a direita se preocupa, porque sabe que se continuarmos no governo, se continuarmos avançando nas soluções dessas pessoas, ela não terá lugar no país”, assinalou.
O presidente disse que a defesa da Pátria continuará, porque o povo está mobilizado para defender a democracia e seu voto, dizendo ao país que “nunca mais haverá golpes de Estado”.
“ACIMA DA DIREITA VENDE-PÁTRIA”
“Lucho, irmão, o povo está contigo”, entoou o ex-presidente Evo Morales, ao lado das centenas de milhares de manifestantes. “Quando a Pátria está em risco, o povo se levanta. Quando a democracia está em perigo, o povo digno se mobiliza. A oposição tem que saber que a rebeldia dos dignos está acima da direita vende-pátria”, enfatizou Evo.
Para Flora Aguiar, a secretária executiva da Confederação Nacional de Mulheres Camponeses Indígenas “Bartolina Sisa”, “o que essa grande marcha expressa é que não permitiremos nunca mais nenhuma desestabilização do nosso governo, que foi eleito democrática e pacificamente nas urnas, e que vamos fazer respeitar esta etapa de reconstrução da nossa economia”. “Estamos aqui representantes dos nove departamentos [Estados], dos 339 municípios do território do nosso Estado Plurinacional, de norte a sul, de leste a oeste, para dizer a esta direita fascista, racista, que nunca mais permitiremos outro golpe de Estado”, frisou.
A principal representante das Bartolinas destacou que “a grande marcha” chegou até a sede do governo com convicção, compromisso e valentia, e que não a deteve nem a chuva, nem o sol, nem o frio e nem o vento.
A marcha contou com a participação de diplomatas, autoridades nacionais, militantes do Movimento Ao Socialismo (MAS), da Central Operária Boliviana, da Confederação Sindical Única de Trabalhadores Camponeses da Bolívia, congregando o apoio dos mais amplos setores da sociedade.
DEFESA DA SOBERANIA
O respaldo à política de industrialização e desenvolvimento tecnológico, de acordo com o governo, é essencial para impulsionar o crescimento econômico, com uma política de geração de emprego e renda que tenha como base a soberania nacional.
Exemplo disso, informou o vice-ministro de Altas Tecnologias Energéticas, Álvaro Arnez, é a construção da Unidade Industrial de Carbonato de Lítio, no departamento de Potosí, que atingiu 65% de avanço, pelo que se prevê que esteja produzindo em dezembro do próximo ano.
Veja vídeo com reportagem da marcha: