A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) publicou em seu Instagram um vídeo pressionando abertamente aos generais quatro estrelas das Forças Armadas que “se posicionem” a favor de um golpe para impedir a posse de Lula, eleito presidente com mais de dois milhões de votos de frente sobre Jair Bolsonaro.
Zambelli não se envergonhou e pediu aos militares que manchem seus nomes na história do país. “Eu peço para que os senhores olhem um pouco menos para dentro de si e para o nome dos senhores perante a história”.
“Dia 1º de janeiro, senhores generais quatro estrelas, vão querer prestar continência a um bandido ou à nação brasileira? Não é hora de responder com carta se dizendo apartidário. É hora de se posicionar. De que lado da história vocês vão ficar?”, falou a deputada golpista.
Carla Zambelli usou o caso do comentarista Paulo Figueiredo Filho, neto do ditador João Figueiredo, para criticar os generais. Figueiredo Filho atacou os generais Richard Fernandez Nunes, comandante militar do Nordeste, Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste, e Valério Stumpf Trindade, ex-comandante militar do Sul, por estes não estarem apoiando o golpe bolsonarista.
O Exército divulgou uma nota defendendo os generais e falando que “os militares são apartidários em suas condutas”.
“Hoje venho defender Paulo Figueiredo”, disse Zambelli no começo do vídeo publicado na quarta-feira (30).
Na opinião da parlamentar, os generais devem ouvir as pessoas que “estão nas portas dos quartéis generais clamando SOS, salve nossas almas”.
Os “manifestantes” querem a anulação da eleição presidencial que contou com mais de 118 milhões de votos válidos e cuja lisura foi atestada pelas Forças Armadas, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Isolados, os bolsonaristas estão recorrendo a táticas terroristas para tentar fazer barulho, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Estão bloqueando estradas, atirando contra policiais, ameaçando civis, entre diversos outros crimes. Eles até tentaram derrubar uma ponte usando explosivos.
Para Zambelli, “não é hora de responder com carta se dizendo apartidário. É hora de se posicionar. De que lado da história vocês vão ficar? Do lado que quer implantar o comunismo e tirar nossas liberdades, ou do lado dos brasileiros que estão clamando ‘salvem nossas almas’ diante dos quartéis generais?”.
Carla Zambelli também protagonizou uma discussão com Jair Bolsonaro em um jantar de confraternização do PL, partido de ambos. Eles brigaram depois de Zambelli pedir a Bolsonaro que fosse às ruas apoiar o movimento golpista, assim como ela fez. A deputada confirmou a discussão, embora não tenha comentado seu teor.
Bolsonaro está irritado com a deputada desde o caso em que, a poucas horas do segundo turno, ela foi filmada apontando uma arma contra o jornalista negro, Luan Araújo, apoiador de Lula. A avaliação do candidato derrotado é que o caso prejudicou uma possível ofensiva nas vésperas da eleição.