Orlando Silva, Eliziane Gama, Fabiano Contarato e Duda Salabert denunciaram, na live do Neto, os vetos do governo federal às medidas de proteção dos setores mais vulneráveis da sociedade
Em live realizada neste sábado (18), o presidente do PDT municipal da São Paulo, Antônio Neto, promoveu um debate sobre o “novo normal” após a pandemia do coronavírus. A reunião contou com a presença do deputado Orlando Silva (PCdoB), pré-candidato a prefeito de SP, da senadora Eliziane Gama, líder do Cidadania no Senado, do senador Fabiano Contarato (Rede) e da professora de literatura e ambientalista, Duda Salabert.
Orlando Silva falou sobre a insensibilidade do governo com os trabalhadores e com os pequenos empresários. Ele comentou o veto de Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha. Orlando foi relator do projeto aprovado na Câmara. “Com Guedes é difícil”, disse o deputado. “Ele é um ‘chicago boy’. Lá na escola de Chicago, onde ele estudou não tem aula sobre gasto público. Ele não sabe o que é gasto público”, denunciou Orlando. O deputado parabenizou a atuação do senado na luta contra as atrocidades de Bolsonaro e afirmou que “é necessário derrubar o veto e garantir os empregos”.
“São muitos empregos que estão envolvidos”, alertou. “A receita de Guedes não vai dar certo. O problema são os empregos. Guedes propôs a carteira verde e amarela, que nada mais é do que trabalho sem direito. Ele acha que é errado ter férias, e FGTS. Diz que os direitos travam a criação de emprego. Em suma, Guedes defende o regime de escravidão”, denunciou Orlando.
Segundo Orlando Silva, para as periferias, ou como ele apontou que se fala em em São Paulo, “nas quebradas”, “não há novo normal porque lá não tem normal”. Orlando deu como exemplo a comunidade de Paraisópolis, na Zona Oeste de São Paulo, onde o estado é nulo. “Ali os moradores deram exemplos às autoridades, organizando prefeitos de quadra para cuidar das pessoas durante a pandemia”, afirmou o parlamentar.
Duda Salabert destacou que o Brasil não está só no epicentro da pandemia. “O Brasil está no epicentro da fome”, denunciou. Para a professora esta é uma urgência. “Quem tem fome tem pressa”, observou, ao defender que seja criada uma renda mínima federal e outra complementação municipal.
A senadora Eliziane Gama comemorou o fato da MP 927 ter caducado no Senado. Ela fazia, segundo a senadora, “alterações drásticas na CLT em plena pandemia”. Eliziane denunciou que o governo “está sendo oportunista e quer desmontar tudo o que construímos no país”. “Na questão do meio ambiente, nós vimos o ministro falar em ‘passar a a boiada’, ou seja, o que ele disse foi que quer destruir os órgãos de fiscalização. A ordem é punir quem fiscaliza. Este governo não tem nenhum compromisso com a sociedade”, afirmou a senadora.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) denunciou o presidente que “continua negando a pandemia quando já são cerca de 2 milhões de infectados e mais de 75 mil mortes”. “Ele continua atuando contra as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Até hoje não temos ministro da Saúde”, acrescentou o senador. Para ele, Bolsonaro já cometeu vários crimes de responsabilidade. “Incentivar atos contra a democracia, atacar a OAB e os meios de comunicação, são atos ilegais”, observou.
“O presidente prossegue como se estivesse numa continuidade delitiva”, denunciou o parlamentar. Contarato lembrou que muita coisa já vem de antes da pandemia. “A reforma da CLT de 2018 criou o trabalho intermitente. Hoje é quase impossível assinar a carteira de um trabalhador”, acrescentou. “Depois, em 2019, veio a reforma da Previdência. Eles diziam a mesma coisa, que criaria empregos, etc. Tudo mentira. São 70 milhões de pessoas vivendo na pobreza e na extrema pobreza”, acrescentou Contarato.
“Até a ajuda emergencial, criada pelo Congresso, porque se dependesse dele, não saía, ou no máximo seria de R$ 200, ele sabotou. Ele demorou o quanto pode para sancionar a ajuda”, completou o senador.