Bolsonaro ceifou vidas de centenas de milhares de famílias na pandemia e, agora, está jogando milhões de pais e mães, com seus filhos, nas praças e avenidas do país
Apesar da retórica em contrário, a ação e o comportamento de Bolsonaro visam, não a defesa, mas a destruição da família brasileira. Não só pela pregação doentia que faz do ódio, da violência e da morte, mas pela aliança que estabeleceu com o vírus e com os banqueiros.
Ele também destrói famílias pelo exemplo que dá dentro de casa. Filhos ladrões acobertados e sem limites. Pai desonesto se apoderando igualmente da coisa pública, lavanderias de dinheiro, milícias, rachadinhas, etc, etc.
Esse mesmo progenitor inescrupuloso, que ensinou os filhos a roubar, é também o que agride as mulheres, as desrespeita e ofende a sua honra. Foi o que vimos Bolsonaro fazer durante todo esse tempo com mulheres jornalistas e parlamentares. Chegou a dizer a uma delas que não a estupraria porque era “feia”. Teve que responder na Justiça por isso. Em suma, à podridão moral da “famíglia”, que tantos males vem causando ao Brasil, soma-se também essa outra característica de Bolsonaro, muito comum aos fascistas, a covardia e a pusilanimidade.
MANIPULAÇÃO RELIGIOSA
Seu governo é uma farsa. Sem nem mesmo corar, ele mente e manipula a religiosidade dos brasileiros. Nada mais distante dos verdadeiros ensinamentos de Cristo às famílias do que a apologia que Bolsonaro faz das armas, do ódio e da violência. “O erro dos militares de 64 foi não ter matado umas trinta mil pessoas”, disse. “Vou distribuir armas”, acrescentou. “Eu sou a favor da tortura”, prosseguiu ele, na mesma entrevista.
Hora finge ser evangélico, e até se afoga no Rio Jordão, hora se fantasia de católico, muitas vezes com um fuzil nas mãos, afrontando a fé e incentivando assassinatos.
A família brasileira, que ele diz proteger, não tem nada a ver com esse mundo degenerado em que ele vive. O povo brasileiro, muito longe disso, almeja uma vida com honradez, com solidariedade, com respeito, com dignidade, com bem estar, com paz e amor ao próximo. Coisas que estão muito distantes da engrenagem fascista.
Bolsonaro vive dentro de um verdadeira “bolha de ódio”, destilando veneno, fabricando fake news, pregando a violência, agredindo instituições e ameaçando a democracia.
É para destruir as famílias que ele se aliou ao coronavírus. A pandemia de Covid, que atingiu o mundo todo, transformou-se no Brasil, graças a Bolsonaro, numa enorme tragédia, num sofrimento sem tamanho. Mais de 616 mil mortes. O segundo país do mundo em número absoluto de óbitos. Um desastre.
Não precisava ser assim. Bastava que o presidente da República não sabotasse a compra das vacinas. Mas ele sabotou de todas as formas que pode o início da vacinação.
MENTIRAS SOBRE VACINAS
Bastava que ele ajudasse um pouco. Mas não, Bolsonaro só atrapalhou. Não só retardou a compra dos imunizantes como, até agora, continua agindo contra a vacinação geral da população. Continua mentindo sobre as vacinas, dizendo que elas são ineficazes e que causam doenças, continua estimulando as aglomerações, propagando a charlatanice da cloroquina e outras drogas e a ser contra o uso de máscaras em locais fechados.
Chegou até mesmo a tentar impedir o controle da entrada de estrangeiros no país, num momento em que o mundo inteiro toma medidas contra a disseminação da nova variante, ômicron, do vírus, que surgiu recentemente na Europa e na África. Foi mais uma vez derrotado pelo Supremo Tribunal Federal.
Essa atitude irresponsável de Bolsonaro destruiu centenas de milhares de famílias. Ceifou vidas. Muitas delas, segundo os especialistas, poderiam ter sido salvas, mas não o foram. Se dependesse só do “capitão cloroquina”, defensor da estupidez genocida da imunidade de rebanho, ou seja, de que a população se infectasse o máximo possível para “adquirir imunidade natural”, a tragédia seria ainda maior.
Graças aos governadores, aos prefeitos, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), a insanidade de Bolsonaro foi contida e o desastre não foi total. Todas as medidas foram tomadas contra a vontade do Planalto.
A vacinação, o uso obrigatório de máscaras e a proibição das aglomerações tiveram que ser decididas pelo STF. A ajuda emergencial de R$ 600, sem a qual não poderia haver isolamento nos momentos mais críticos, foi aprovada sob intensa barreira do governo.
FOME E MISÉRIA
Não há destruição maior das famílias brasileiras do que a que está ocorrendo agora com a desastrosa política econômica neoliberal de Bolsonaro e Guedes. Milhões de brasileiros estão perdendo o emprego, perdendo sua renda e indo morar nas ruas. Famílias inteiras estão se dispersando. Literalmente, sendo destruídas.
Mães, com seus filhos, estão acampadas, ou mesmo ao relento, nas principais praças e avenidas do país. Latas de lixo estão sendo reviradas desesperadamente. E o que se vê da parte do governo federal é mais juros altos, mais inflação, mais cortes de direitos e salários, mais miséria, mais cinismo.
Só se ouve uma frase vinda do Planalto, como uma obstinação patológica, característica de fascistas da periferia: vender o Brasil, vender as empresas nacionais, entregar as riquezas do povo.
Ao contrário da retórica falsa que marcou sua campanha, Bolsonaro é o maior destruidor, não só das famílias brasileiras, mas do Brasil como um todo. Não só pela falta de moral e de escrúpulos, não só pelos exemplos de má conduta que deu à sua própria família, mas também pelo comportamento genocida e estúpido que teve durante a pandemia.
Bolsonaro nunca se solidarizou com nenhuma família enlutada pela perda de um ente querido. Agrediu sempre quem quis se proteger e proteger os brasileiros contra o vírus assassino. “Máscara é coisa de maricas”, disse ele à certa altura.
Mais do que destruir famílias por sua sabotagem, por sua atitudes retrógradas, obscurantistas e genocidas, Bolsonaro segue destruindo a própria existência física dos brasileiros pela fome, pelo desemprego e pela miséria. Como dissemos, ele está jogando milhões de famílias brasileiras às ruas, sem moradia, sem renda, sem comida e sem esperança.
Mas, há uma grande ilusão da parte do governo quando ele pensa que o cipó de aroeira não vai, como diz o ditado popular, “dar a volta por cima e acertar o lombo de quem mandou dar “. São exatamente essas mesmas famílias brasileiras, que Bolsonaro tem a intenção sórdida de destruir, que estão dando fortes sinais de reação contra ele.
São essas famílias, ou seja, as mulheres, os jovens, os adultos trabalhadores e os idosos que estão demonstrando enfaticamente nas pesquisas de opinião que não aceitarão esse desfecho pretendido pelo Planalto.
SÉRGIO CRUZ