Um dos que devem deixar o partido é o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), um dos expoentes da atual legislatura
Bolsonaro se filiou ao PL (Partido Liberal), na manhã desta terça-feira (30). A cerimônia de filiação aconteceu no centro de eventos Complexo 21, em Brasília.
“Os ponteiros foram acertados. Tudo pronto para o casamento amanhã [hoje]. Devo fazer um discurso de cerca de 10 minutos”, disse Bolsonaro à imprensa.
Questionado sobre a garantia de o PL lançar candidatos ligados a ele, o presidente ressaltou que a legenda lançará aliados em todos os Estados e que a parceria vai gerar muitas filiações.
DE SAÍDA
O ingresso Bolsonaro no partido pode gerar debandada de deputados e prefeitos filiados à legenda. Cálculo feito pelo segmento descontente do PL, com a entrada do presidente é de que pelo menos 5 deputados federais e 10 prefeitos deixarão a sigla.
A maior parte deles é das regiões Norte e Nordeste.
Para evitar maior número de defecções, a direção nacional da legenda decidiu liberar o apoio dos diretórios estaduais na disputa presidencial de 2022.
Um dos descontentes com a entrada do presidente é o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM). Ele, no entanto, ainda não decidiu se vai deixar a sigla com os demais deputados federais.
PONTO CHAVE
“Em São Paulo, a situação está resolvida. Lá é o Tarcísio [de Freitas, ministro da Infraestrutura]. Nos outros Estados, teremos pessoas ligadas a nós. Como nas próximas eleições não haverá coligações, o partido tem que se unir. Nosso casamento está pronto e vamos ter muitos filhos, 70 filhos!”, destacou o presidente em tom de brincadeira.
Apesar da promessa de candidatura própria em São Paulo, sobretudo de aliado direto de Bolsonaro, se o acordo de candidatura se concretizar, o ministro da Infraestrutura corre grave risco de ser “cristianizado”. A tendência do PL no Estado é de compor com o candidato do governador João Doria (PSDB), desafeto de Bolsonaro. Doria foi escolhido nas prévias partidárias tucanas candidato à Presidência da República.
O PSDB oficializou, em 21 de novembro, o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) como candidato do partido ao governo de São Paulo. A homologação ocorreu em reunião da Comissão Executiva do partido. Garcia migrou do DEM para o PSDB em maio.
PARTIDOS ALIADOS
Jair Bolsonaro ainda disse que estará no PL, mas que alguns de seus apoiadores permanecerão em partidos aliados com ele para 2022.
Bolsonaro reafirmou que o foco para as eleições em 2022 estará em candidaturas de senadores e deputados federais pelo País.
Ministros que devem ir também para o PL, seguindo o mesmo caminho do presidente, estiveram na cerimônia, no entanto irão se filiar à legenda em outro momento. O PL convidou todos os 27 responsáveis pelos diretórios estaduais para o evento.
“PASSO MUITO IMPORTANTE”
O filho do presidente e senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) comemorou, nesta terça-feira, a filiação do pai ao PL. A filiação ocorre após o presidente passar 2 anos sem partido. “Um passo importante que já queríamos ter dado há mais tempo, mas no tempo do presidente ele faz a opção que achou correta”, disse o senador na entrada do evento.
Além de Bolsonaro e Flávio, também irão migrar para a legenda os ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni. Outro ministro que deve se filiar à sigla é o da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Bolsonaro o quer disputando o Palácio dos Bandeirantes, em 2022.
A ida de Bolsonaro para o PL ocorre após intensas negociações. A cerimônia que formalizaria a filiação estava marcada para 22 de outubro, mas foi cancelada por conta de discordâncias entre Bolsonaro e o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.
“SE GRITAR PEGA CENTRÃO…”
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno, participou da cerimônia de filiação de Jair Bolsonaro ao PL.
Em 2018, na convenção do PSL, então partido de Bolsonaro, Heleno cantou uma paródia da música “Reunião de Bacana (Se Gritar Pega Ladrão)”, de Bezerra da Silva. “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, cantou Heleno, ironizando a aliança do ex-governador de São Paulo e também candidato ao Planalto, Geraldo Alckmin (PSDB), com partidos do Centrão.
A paródia de Heleno foi recebida com risos e aplausos dos ouvintes, inclusive Bolsonaro, que agora diz que o Centrão é o amor da vida dele.
Veja o vídeo do Augusto Heleno criticando o Centrão:
M. V.
o sujeito(bolsonaro) é tão repugnante que causa asco até entre seus pares, que carregam a mesmo dna do mau caratismo.
Será q agora o povo q ainda acredita na honestidade do Bozo vai acordar!
Sim, pq as pessoas que apoiaram ele e não se arrependeram, eu realmente não entendo, onde estão vivendo.