Bolsonaro prometeu, em discurso a produtores rurais na abertura da ExpoZebu 2021, ontem, a revisão da emenda constitucional n.º 81, que permite a expropriação de propriedades autuadas por trabalho escravo.
Ele ainda aproveitou o 1.º de Maio, Dia do Trabalho, para criticar partidos de esquerda, sindicatos e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que, segundo ele, promovem o “terror no campo”.
De acordo com Bolsonaro, a emenda constitucional n.º 81 coloca em risco a propriedade privada.
Aprovada em 2014, a emenda possibilita a expropriação de terras onde for encontrado trabalho escravo ou o cultivo de drogas.
“Devemos rever a emenda 81, que tornou vulnerável a questão da propriedade privada. Essa emenda ainda não foi regulamentada e com certeza não será no nosso governo”, afirmou o presidente.
Ao lado da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ele afirmou que seu governo prefere “o aconselhamento” e, somente em último caso, a “‘multagem’, o que trouxe mais tranquilidade para o produtor rural”. Não por outro motivo submeteu a fiscalização do trabalho ao Ministério da Economia de Paulo Guedes, um inimigo confesso dos trabalhadores.
Bolsonaro também confirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), colocará a regularização fundiária em pauta para votação nas próximas semanas. “O homem do campo preserva o meio ambiente e seu local de trabalho e nos ajudará a combater ilícitos”, afirmou, Trata-se de cinismo descarado, pois , o “homem do campo” é trabalhador e não se confunde com os ruralistas foras-da-lei, escravistas e bolsonaristas.