O governo Bolsonaro negou a autorização para a ajuda humanitária oferecida pela Argentina ao governo da Bahia em apoio às vítimas das fortes chuvas e calamidade que atingem o estado neste fim de ano.
Conforme informações da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), até a quarta-feira (29), 24 pessoas haviam morrido, 434 pessoas estão feridas, 91.258 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas e 629.398 pessoas foram afetadas pelas chuvas. 136 cidades decretaram situação de emergência.
Mesmo diante desse desastre, enquanto Bolsonaro curte férias em Santa Catarina, o Ministério das Relações Exteriores negou a autorização pedida pelo governador da Bahia, Rui Costa, para aceitar a ajuda oferecida pelo governo argentino.
O governo da Bahia informou que a Argentina ofereceu envio imediato de profissionais que integram a comissão nacional dos Capacetes Brancos, especializados nas áreas de água, saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres.
“Com a união de esforços, vamos superar este difícil momento. Agora, a missão argentina aguarda a autorização do Ministério das Relações Exteriores para que possam vir à Bahia. Agradeço aos argentinos e peço ao Governo Federal celeridade na autorização para a missão estrangeira”, escreveu o governador em suas redes sociais antes da negativa do Governo Federal.
Segundo Bolsonaro, o auxílio da Argentina não é necessário no momento e que seria “muito cara” ao país. “O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de 3 helicópteros da Marinha e Exército”, disse ele em perfil nas redes sociais.
VIL E REPUGNANTE
Nesta quinta-feira (30), a rejeição do Governo Federal à ajuda humanitária foi criticada por lideranças políticas como o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), e o ex-ministro e pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes.
Para Ciro Gomes, a negativa de Bolsonaro é “por capricho, disputa ideológica e por gostar de flertar com a morte de inocentes”.
“Achando-se acima do bem e do mal, dono do destino do Brasil e dos brasileiros, o presidente criminoso acaba de recusar ajuda humanitária da Argentina para os flagelados baianos, assim como fizera com a Venezuela, no ápice da falta de oxigênio em Manaus”, escreveu no Twitter.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, também reagiu com indignação. “Isso é absolutamente vil e repugnante. Fazer politicagem rasteira negando ajuda ao povo da Bahia. Espero que mudem de ideia amanhã. Ou que a Justiça mais uma vez anule essa decisão administrativa imoral”, escreveu em suas redes sociais.
Veja as repercussões: