“Vão ter mortes? Infelizmente vai ter sim, é uma realidade. Entre 60 e 70% vão pegar o vírus. O que eles estão fazendo é atrasar esse processo”, disse o presidente
Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (02), na porta do Palácio do Alvorada, que todos os brasileiros têm que se infectar logo. Que vai haver mortes, mas é isso mesmo. Afirmou que o que esses governadores estão fazendo é atrasar esse processo. “Dizem que é para não deixar os hospitais lotados para eles poderem atender. Eu desconheço qualquer hospital que esteja lotado”, disse o presidente.
“Os governadores estão com medinho”
“Eu fui em Ceilândia e Taguatinga domingo passado e fui massacrado pela mídia. Disseram que eu fui passear. Não é verdade, eu fui ver o povo. Eu duvido que um cara desse, um governador desse, um Doria da vida [governador de São Paulo], um Moisés [governador de Santa Catarina] vai no meio do povo. Não vai. Eles estão com medinho de pegar o vírus”, disse.
“E o vírus é uma coisa que 60 a 70% da pessoas vão pegar. No Brasil a temperatura é diferente. Fizerem pânico à toa”, acrescentou Bolsonaro.
O presidente seguiu agredindo toda a equipe de técnicos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e os governadores.
“Alguns estão querendo disputar tomando medidas, virando paisões. Isso depois de parte da mídia levar o pânico junto à população. Aquilo que eu falei lá atrás da histeria. Fui massacrado”, afirmou.
“Vão ter mortes? Infelizmente vai ter sim, é uma realidade”, continuou Bolsonaro. Ele disse à radio Jovem Pan de São Paulo que os governadores adotaram essas medidas e agora querem ajuda federal. “Não vão ter. Eles que se virem para resolver o problema que eles criaram”, avisou.
Os governadores da Região Sudeste e Sul avisaram que estarão entrando com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) caso o presidente cumpra a sua promessa de não repassar os recursos para os estados da região mais afetada pela pandemia.
O anúncio foi feito pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), na manhã de quinta-feira (2 de abril). Segundo ele, uma petição conjunta assinada pelos governadores já estaria redigida e seria apresentada na próxima semana ao STF. O documento também pode ganhar a adesão dos governantes da região Centro-Oeste do Brasil.
“Os estados precisam de liquidez, por isso a securitização e os empréstimos não atendem as necessidades atuais. O Brasil não pode virar um grande banco. Nós precisamos de um pacto federativo. É necessário injetar nas regiões sul e sudeste, imediatamente, algo em torno de R$ 50 bilhões. Eu já apresentei uma proposta de judicialização, caso não tenha uma sinalização concreta nessa semana. Temos uma petição conjunta para ser protocolada no STF para fazer prevalecer o pacto federativo. O Supremo terá que mediar esse conflito”, disse o governador durante entrevista coletiva.