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A Polícia Federal está reagindo a Bolsonaro por usar a instituição para tentar intimidar os críticos de seu governo através da Lei de Segurança Nacional (LSN).
A Lei de Segurança Nacional (LSN) foi utilizada 77 vezes para abrir inquéritos durante os dois primeiros anos do governo Bolsonaro. O número é 285% superior ao do governo Dilma Rousseff (PT) e de Michel Temer (MDB).
O presidente da Associação de Delegados da Polícia Federal, Edvandir Paiva, afirma que a LSN está sendo utilizada para perseguição política e isso atrapalha o trabalho da PF.
“Eu gostaria que a Polícia Federal pudesse fazer seu trabalho, que é relevante no combate à corrupção, às facções criminosas e ao tráfico de drogas, e não ficasse sendo instrumentalizada em brigas políticas. Quem dera a PF pudesse se manifestar para dizer que isso está atrapalhando o serviço dela”, declarou o líder dos delegados da PF.
Na quinta-feira (18), a Polícia Militar de Brasília retirou uma faixa que dizia “Bolsonaro Genocida” com base na Lei de Segurança Nacional.
Cinco manifestantes foram presos pela PM do DF e levados à superintendência da Polícia Federal, que os liberou após o delegado da PF não enxergar enquadramento possível como infração à LSN.
O Ministério Público do Distrito Federal enviou recomendação ao governo do DF e ao comandante-geral da Polícia Militar para que as forças de segurança não prendam mais em flagrante manifestantes pacíficos com base na Lei de Segurança Nacional.
Em Uberlândia (MG), 25 pessoas foram intimadas por compartilharem em redes sociais uma mensagem contrária a Bolsonaro.
O autor da mensagem original, o estudante João Reginaldo Junior, de 24 anos, foi detido horas depois de fazer a publicação na internet, no dia 4 de março pelo Twitter. Ele passou um dia na prisão e foi solto para responder ao processo em liberdade. A PF abriu um inquérito com base na LSN (Lei de Segurança Nacional).
O caso mais comentado de perseguição pelos simples fato de criticar Bolsonaro foi o do youtuber e empresário Felipe Neto, que chamou Bolsonaro de “genocida”, por conta de suas omissões durante a pandemia do coronavírus.
Felipe Neto chegou a ser convocado para prestar depoimento, mas uma liminar da Justiça do Rio de Janeiro suspendeu a perseguição. “Eu sempre confiei nas instituições e essa decisão só confirma que ainda vivemos em uma democracia, em que um governante não pode, de forma totalmente ilegal, usar a polícia para coagir quem o critica”, declarou Felipe Neto.