Guilherme Boulos (PSol), ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, comemorou a volta de Lula à disputa eleitoral, mas reclamou da demora.
“A anulação era necessária, mas é uma Justiça que veio com três anos de atraso. Acho muito engraçado que só agora o ministro Fachin tenha visto que Sergio Moro agiu fora de sua competência”, disse Boulos à revista Veja.
Para ele, “Lula é uma liderança popular, a maior liderança no campo progressista do Brasil, isso [a recuperação de seus direitos políticos] vai mexer com todas as peças do tabuleiro”.
Boulos defendeu “uma mesa de unidade do campo progressista”.
“A farsa que elegeu Bolsonaro está se desmontando. O que me preocupa é se essa decisão não é uma bóia de salvação para quem conduziu tudo isso, ou seja, que não impeça o julgamento de suspeição do ex-juiz Sergio Moro”, continuou o psolista.
O deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ) acredita que a decisão do ministro Edson Fachin sobre Lula “é uma vitória para Lula e faz com que ele ganhe direito a um julgamento justo”.
“Mas o resultado desse novo julgamento ninguém pode prever qual será. Hoje Lula poderia disputar a eleição, mas, até 2022, conhecendo tudo o que se passa no país, é bom acompanharmos com cautela”, disse.
As condenações de Lula foram anuladas porque o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, determinou que a Justiça Federal do Paraná não era o “juiz natural” dos processos. Agora, a Justiça Federal de Brasília irá julgar o ex-presidente Lula.
“Acho que Fachin se antecipou a algo que já vinha sendo amadurecido no Supremo. Fachin arrancou o mel do Gilmar [Mendes, ministro do STF]. Acho que, com todos os vícios que o julgamento do Lula teve, anular as decisões sem dúvida é muito bom para a democracia. O Poder Judiciário é muito importante em qualquer país e não pode ficar a mercê de nenhuma força política”, comentou Freixo.