O governo brasileiro divulgou nota nesta terça-feira (17), condenando o atentado terrorista operado pela ditadura israelense no Líbano e na Síria.
A explosão generalizada e simultânea de “pagers” adquiridos por libaneses em Taiwan causou a morte de 12 pessoas, incluindo uma criança, cegou mais de 500 pessoas, além de mais de 2,8 mil feridos. A ordem para a detonação simultânea dos aparelhos foi dada pelo gabinete de Netanyahu.
“Tais atos conduzem a escalada significativa de tensões na região e exacerbam o risco de alastramento do conflito. Demonstram, também, que, lamentavelmente, têm sido inócuos os múltiplos apelos da comunidade internacional para que atores no Oriente Médio exerçam máxima contenção”, diz a nota do governo brasileiro.
“Nesse contexto, o Brasil reitera o caráter imperativo do pleno respeito à soberania e à integridade territorial dos países e reafirma sua defesa do estrito cumprimento da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, destaca o comunicado. A embaixada do Brasil em Beirute informou que não tem registro de nacionais brasileiros entre as vítimas e “está empenhada em prestar as orientações devidas à comunidade brasileira na delicada situação securitária em que se encontra o Líbano”.
Firass Abiad, ministro da Saúde libanês, informou que os ferimentos mais graves atingiram o abdômen, as mãos e o rosto, devido à proximidade das vítimas com os pagers no momento das explosões. Os pagers, vistos por muitos um equipamento obsoleto, ainda são amplamente utilizados por profissionais de saúde e equipes de emergência. A explosão simultânea dos pagers deixou pouco tempo para os portadores se desfazerem dos aparelhos.
Um vídeo mostra um homem em uma motocicleta no exato momento em que o pager que ele carregava na cintura explode. Outro homem aparece fazendo compras num supermercado em Beirute quando o pager explode em seu abdome e ele cai no chão desfalecido. Há relatos de 12 pessoas feridas na Síria.
Embora o regime israelense ainda não tenha se pronunciado oficialmente, fontes próximas ao gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu confirmaram ao New York Times que a ordem partiu dele.
As explosões teriam sido causadas por infiltração na linha de montagem ou malware que superaqueceu as baterias e deixou pouco tempo para os portadores se desfazerem dos aparelhos. As explosões simultâneas em vários pontos do Líbano causaram pânico na população.
Leia o comunicado brasileiro na íntegra:
O governo brasileiro condena a série de explosões coordenadas e simultâneas de centenas de aparelhos eletrônicos de comunicação ocorridas hoje, dia 17, no Líbano, as quais resultaram na morte de ao menos nove pessoas, incluindo uma menor de idade, assim como em centenas de feridos.
Tais atos conduzem a escalada significativa de tensões na região e exacerbam o risco de alastramento do conflito. Demonstram, também, que, lamentavelmente, têm sido inócuos os múltiplos apelos da comunidade internacional para que atores no Oriente Médio exerçam máxima contenção.
Nesse contexto, o Brasil reitera o caráter imperativo do pleno respeito à soberania e à integridade territorial dos países e reafirma sua defesa do estrito cumprimento da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A embaixada do Brasil em Beirute não tem registro de nacionais brasileiros entre as vítimas e está empenhada em prestar as orientações devidas à comunidade brasileira na delicada situação securitária em que se encontra o Líbano.